Bilionário propõe semana de trabalho de 3 dias no México
Empresário Carlos Slim sugere 36 horas semanais de trabalho para duplicar o número de vagas de emprego no país
Internacional|Do R7
O empresário e bilionário mexicano Carlos Slim propôs nesta sexta-feira (1º) que as semanas tenham três dias de trabalho, com até 36 horas trabalhadas nesse período, e a aposentadoria ocorra aos 75 anos de idade para duplicar a oferta de empregos exigida por uma mão de obra em crescimento no México.
"À medida que esta nova civilização se desenvolve e a produtividade aumenta para níveis muito elevados, muitas pessoas, especialmente os jovens, não conseguem encontrar emprego ou bons empregos. Assim, a abordagem que penso que deveria realmente começar a ser adotada é que a maioria das pessoas trabalhe três dias, durante 11 ou 12 horas, ou seja, 36 horas, mas que se aposente até os 75 anos de idade", disse Slim.
Durante participação no evento de bolsistas México Siglo XXI, da Fundação Telmex-Telcel, o homem mais rico do México acrescentou que "a ideia de que uma pessoa se deve aposentar aos 60 ou 65 anos é absurda" e que ampliar o requisito de idade evitará o colapso das finanças públicas, assim como dos fundos de seguridade social e de pensões.
"Também seria muito importante para que os governos e os fundos de pensões e de segurança social não fossem levados à falência pela incapacidade de financiar as pensões das pessoas entre 60 e os 65 anos de idade", comentou.
O empresário ressaltou que existe atualmente uma nova sociedade mexicana que requer educação, saúde, formação e, sobretudo, "emprego bem remunerado", uma vez que está imersa em uma "sociedade de serviços", na qual o trabalho físico está desaparecendo.
Slim, de 82 anos, argumentou que já existem exemplos em todo o mundo onde uma redução para quatro dias úteis por semana está sendo implementada, mas alertou que isto não é suficiente.
"Ao reduzir o trabalho para quatro dias, não abrem novas oportunidades, mas três dias podem duplicar o emprego onde isto ocorre", insistiu.
O proprietário do conglomerado Grupo Carso disse que a nova sociedade também "exige a luta contra a pobreza e a ignorância", o que ele disse não ser uma luta por questões éticas, morais ou de justiça social, mas "uma necessidade econômica desta nova civilização".
Além disso, comentou que os novos postos de trabalho deveriam ser destinados aos setores de educação, cultura, entretenimento e turismo, entre outros.