Boeing perde quase US$ 13 bilhões na bolsa após acidente aéreo
Queda de avião na Etiópia no domingo (10) deixou 157 mortos. Antes, um acidente na Indonésia com mesmo modelo de aeronave deixou 189 vítimas
Internacional|Da EFE
A Boeing perdeu quase US$ 13 bilhões em valor de mercado nesta segunda-feira (11) no índice Dow Jones, o principal da Bolsa de Valores de Nova York, uma reação do mercado ao incidente aéreo da Ethiopian Airlines no domingo (10), com uma das aeronaves do modelo 737 MAX 8.
As ações da empresa caíram 5,33% no pregão de hoje, uma queda menor que a espera pelos analistas. Nas operações realizadas antes de a sessão começar, os papéis despencavam 12%, mas as perdas foram sendo amenizadas ao longo do dia.
Um Boeing 737 MAX 8 da Ethiopian Airlines caiu poucos minutos depois de decolar ontem de Adis Abeba, capital da Etiópia, rumo a Nairóbi, no Quênia, matando 157 pessoas que estavam a bordo.
Este foi o segundo acidente com uma aeronave da família 737 MAX em seis meses. Em outubro de 2018, um avião do mesmo modelo, pertencente à Lion Air, caiu no Mar de Java 12 minutos depois de decolar em Jacarta, provocando a morte de 189 pessoas.
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As equipes de resgate encontraram hoje a caixa-preta do avião para descobrir as causas do acidente. No entanto, as reações corporativas e institucionais colocaram em xeque a confiabilidade de um dos modelos mais vendidos da Boeing na história.
A Ethiopian Airlines, a maior companhia aérea da África, suspendeu o uso dos Boeings 737 MAX 8, medida seguida por outras companhias, como a marroquina Royal Air Marroc e a MIAT Mongolian Airlines, da Mongólia.
A Administração da Aviação Civil da China e o governo da Indonésia ordenou que todas as linhas aéreas dos dois países parem de utilizar, por enquanto, as aeronaves da Boeing em novos voos.
Segundo a emissora "CNBC", a FAA, autoridade de aviação dos EUA, divulgará uma nota à comunidade internacional garantindo que o 737 MAX 8 é seguro para seguir sendo utilizado, uma resposta também à preocupação de passageiros que se recusavam a embarcar na aeronave.
"Avaliamos e fiscalizamos a segurança das aeronaves comerciais dos Estados Unidos. Caso um problema que afete a segurança seja identificado, tomaremos ações imediatas e apropriadas", disse a FAA em comunicado sobre o caso divulgado nesta segunda-feira.
De acordo com o site "Marketwatch", a Boeing já entregou 350 737 MAX 8. Em dezembro, a fabricante americana informou ter recebido mais de 5 mil pedidos de diferentes companhias aéreas do mundo.
As companhias aéreas americanas adotaram cautela antes de saber as causas do acidente, mas não suspenderam o uso dos aviões. A American Airlines, por exemplo, disse que vai seguir o "protocolo padrão para qualquer acidente aéreo".
A empresa, que tem 24 Boeings 737 MAX 8, disse que está acompanhando junto aos sindicatos correspondentes a investigação sobre o ocorrido na Etiópia.
A Southwest Airlines, que possui 34 aeronaves do modelo envolvido no acidente, também informou que acompanha a investigação sem planejar qualquer mudança em sua operação.
Outras companhias aéreas, como a Ryanair e a Norwegian, de baixo custo e muito populares na Europa, informaram que seguirão utilizando as aeronaves da Boeing normalmente.