Bolívia: Defensoria confirma 8 civis mortos baleados em ação militar
Já são 32 mortos desde as eleições frustradas e a posterior renúncia de Evo Morales; Ministério Público investiga circunstâncias das mortes
Internacional|Da EFE
As mortes de oito civis na última terça-feira (19) na Bolívia, durante operação militar e policial em resposta aos fortes protestos contra o governo interino do país, na cidade de El Alto, foram causadas por armas de fogo, conforme informações divulgadas nesta quinta-feira (21) pela Defensoria do Povo. A autoria dos disparos está sendo investigada.
"As oito mortes em El Alto depois de uma operação policial-militar na fábrica de Senkata aconteceram devido ao impacto de um projétil de uma arma de fogo", diz o comunicado da Defensoria.
As circunstâncias dessas mortes durante intervenção das forças de segurança estão sendo investigadas pelo Ministério Público.
"Todos, sem exceção, apresentaram ferimentos e traumas causados por um projétil de arma de fogo", disse um relatório do Instituto de Investigações Forenses de médicos, radiologista e especialista criminal.
Presidenta autodeclarada chama manifestantes de terroristas
Cidade vizinha de La Paz, El Alto é o foco dos protestos contra o governo interino de Jeanine Áñez (que se autodeclarou presidente após renúncia de Evo Morales).
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Añez classifica os atos dos manifestantes de "terrorismo" e afirma que os tiros não saíram das armas dos militares. Porém, não tem uma versão oficial sobre os verdadeiros autores dos disparos.
32 mortos na Bolívia
Com essas vítimas em El Alto, subiram para 32 o número de mortos na Bolívia após as fracassadas eleições do último dia 29 de outubro.
O país está imerso em um dos mais graves conflitos de sua história recente, após começarem as denúncias de fraude envolvendo o então presidente Evo Morales, que havia sido declarado vencedor para um quarto mandato consecutivo.
No poder há quase 14 anos, Morales renunciou no último dia 10, após a Organização dos Estados Americanos (OEA) dizer ter encontrado irregularidades no pleito.
Mesmo aceitando a repetição das eleições, o ex-presidente foi obrigado pelas Forças Armadas a deixar o cargo.