Crise no Peru

Internacional Boluarte reforça proposta de antecipar eleições no Peru: 'Não há espaço para medo'

Boluarte reforça proposta de antecipar eleições no Peru: 'Não há espaço para medo'

A presidente assumiu após a queda de Pedro Castillo, que tentou dar um autogolpe malsucedido e foi destituído pelo Congresso

Agência EFE

Resumindo a Notícia

  • Dina Boluarte, a nova presidente do Peru, reforçou a proposta de antecipar as eleições no país
  • O ex-presidente Pedro Castillo foi destituído depois de ter pedido a dissolução do Congresso
  • Após a queda de Castillo, milhares de pessoas se manifestam diariamente no país
  • A crise política no Peru levou ao fechamento de estradas, além de ter resultado em oito mortes
Presidente do Peru, Dina Boluarte, durante evento oficial

Presidente do Peru, Dina Boluarte, durante evento oficial

Jhonel Rodriguez Robles/Peruvian Presidency/AFP - 12.12.2022

A presidente Dina Boluarte afirmou nesta quinta-feira (15) que no Peru "não há espaço para o medo" e ratificou a proposta de antecipar as eleições gerais para atender à demanda da população após a fracassada tentativa de golpe que levou à destituição do ex-presidente Pedro Castillo.

"Aqui não há espaço para o medo, mas para a coragem", enfatizou Boluarte na cerimônia de encerramento do ano acadêmico da Força Aérea do Peru, na qual ratificou a proposta do governo de antecipar as eleições e invocou o Congresso a "tomar as melhores decisões".

Boluarte se pronunciou no mesmo dia em que o Congresso se reúne em plenário para analisar os projetos de antecipação das eleições, inclusive um apresentado pelo Executivo para que as eleições gerais sejam realizadas em abril de 2024.

A presidente acrescentou que, "apesar dos últimos acontecimentos [...], violentos disfarçados de manifestantes tentaram colocar [o Peru] em perigo", e reafirmou seu "compromisso de trabalhar pela segurança de todo o país".

"Nem a violência nem o radicalismo vão acabar com um governo legal e legítimo. Não há espaço para medo, mas para coragem, união e esperança de um país que merece mais de seus políticos", acrescentou.

Congresso analisa projetos

O plenário do Congresso analisa nesta quinta-feira as propostas de antecipação das eleições que recebeu, em uma sessão para a qual convidou o ministro da Justiça e dos Direitos Humanos, José Tello.

O governo formalizou na segunda-feira (12) perante o Congresso um projeto de lei que propõe a antecipação das eleições gerais para abril de 2024, que foi entregue com as assinaturas da presidente Boluarte e do primeiro-ministro Pedro Angulo.

O projeto detalha que esse prazo “deve servir também para aprovar, se for o caso, as reformas constitucionais referentes ao regime político peruano” e destaca que “é urgente fazer mudanças democráticas e constitucionais no Congresso, obedecendo fundamentalmente ao sentimento da população”.

No entanto, Boluarte disse na quarta-feira (14) que agora propôs a realização das eleições em dezembro de 2023 e acrescentou que, em uma reunião que teve na terça-feira (13) com o Conselho de Estado, foram feitos “reajustes”, indicando que as eleições poderão ser realizadas nessa data.

O Peru enfrenta violentas manifestações que exigem eleições antecipadas, o fechamento do Congresso e a convocação de uma Assembleia Constituinte. Até agora, os protestos deixaram oito mortos, mais de 70 presos e 200 policiais feridos, principalmente nas regiões de Apurimac e Arequipa, no sul do país.

Boluarte assumiu o cargo para substituir Pedro Castillo, destituído há uma semana pelo Congresso depois de ter ordenado a dissolução do Parlamento, anunciado a formação de um Executivo emergencial que governaria por decreto, convocado uma Assembleia Constituinte e reorganizado o Judiciário.

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