Bombeiro conta como foi resgatar animais de estimação no 11/9
Equipes ajudaram a dar os primeiros socorros para cães, gatos, pássaros e até para um lagarto deixados para trás pelos donos
Internacional|Manoela Maia, especial para o R7, em Nova York
Enquanto centenas de cães tentavam resgatar sobreviventes dos escombros do World Trade Center, após os atentados de 11 de setembro, uma outra missão mais do que especial acontecia nas redondezas do local do atentado: o resgate dos bichos de estimação que ficaram para trás quando seus donos precisaram sair de casa às pressas.
Conheça a história da brasileira que sobreviveu ao 11 de Setembro
O bombeiro Thomas Distasi estava de folga naquela semana, mas se prontificou a ajudar assim que soube da mobilização. Ele tem dois gatos e revela que seu amor pelos animais vem desde a infância. “Minha mãe já dizia que eu seguiria carreira em algo que envolvesse ajudar as pessoas e os animais."
Thomas conta que os moradores não imaginavam que não iriam conseguir voltar para casa no mesmo dia quando precisaram sair para se proteger. Por causa disso, os bichinhos acabaram ficando para trás. Ele diz que, apesar do socorro ter demorado quatro dias para iniciar, os voluntários agiram rápido e que até um centro cirúrgico móvel foi improvisado para cuidar dos animais machucados.
Segundo o bombeiro, cerca de 50 animais foram resgatados com vida, desde gatos, cães, e pássaros, até um lagarto, que foi socorrido do 39º andar de um prédio. “Teve gente vindo dos quatro cantos dos Estados Unidos. A torcida e o esforço foram gigantescos. Nunca vi o país se mobilizar dessa maneira”.
Pessoas doaram centenas de sacos de ração para cachorros e gatos, além de caixas adaptadas para transportá os bichinhos com segurança. Thomas afirma que a gratidão que sentiu em poder proporcionar os reencontros entre os donos e seus animais foi realmente algo espetacular e que ele nunca irá esquecer. “Foi emocionante fazer parte de algo tão incrível no meio do pesadelo que estávamos vivendo. Uma catástrofe que vai ficar para sempre na minha memória”, conclui.
Reencontro após o atentado
Hiro Oshima, fotógrafo que morava a um quarteirão de distância das torres gêmeas, conseguiu recuperar o seu gatinho com a ajuda de voluntários.
Ele diz que estava em casa quando ouviu o avião atingir a primeira torre e que mesmo sem saber o que estava acontecendo, saiu correndo para tentar salvar a própria vida. "Algo me dizia que eu precisava sair dali. Aquele barulho não era parecido com algo corriqueiro do bairro”.
Hiro descreve que quando desceu para checar o que estava acontecendo, achou que iria poder voltar para salvar o Laertes, seu gato de estimação, mas que, infelizmente, isso só foi possível dias depois.
Quando finalmente conseguiu retornar para casa, o gatinho de apenas nove meses pulou no seu colo assim que o viu. “Mesmo estando bastante assustado, ele aparentava estar bem. Ainda restava um pouco de água, apesar de estar com um pouco fuligem.
Mais de 400 oficiais morreram tentando salvar vidas no 11 de Setembro