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Brasil assume presidência rotativa do Conselho de Segurança da ONU

País planejou uma série de pautas que serão postas em debate durante o mês de julho junto às nações que compõem o grupo

Internacional|Do R7

Embaixador brasileiro na ONU, Ronaldo Costa Filho, durante sessão do Conselho de Segurança
Embaixador brasileiro na ONU, Ronaldo Costa Filho, durante sessão do Conselho de Segurança

O Brasil pretende promover, durante sua presidência rotativa do Conselho de Segurança da ONU no mês de julho, a segurança alimentar posta em crise pela guerra na Ucrânia, segundo anunciou nesta sexta-feira (1º) o embaixador brasileiro na ONU, Ronaldo Costa Filho.

Em entrevista coletiva para apresentar o programa de trabalho mensal no órgão máximo da ONU, Costa reconheceu que o conselho pecou pela inação desde a invasão russa da Ucrânia porque prevaleceu uma lógica de culpa e acusações cruzadas, algo que o Brasil quer reverter com "ações concretas para avançar".

O embaixador ressaltou, no entanto, que existem discussões em curso, promovidas pela Turquia com ambas as partes (Rússia e Ucrânia) e amparadas pelo secretário-geral da ONU, António Guterres, que decorrem "com discrição", e a presidência brasileira vai esperar que haja progresso nessas tratativas para levar a questão ao Conselho.

Nesse sentido, antecipou que acontecerão sessões de discussão "privadas" para facilitar a confiança entre os membros, todas com o objetivo de encontrar soluções para a escassez premente de cereais no mundo, já que Rússia e Ucrânia estão entre os maiores produtores e ambos bloquearam a venda de grãos, o que levou a um aumento exponencial dos seus preços em todos os países.


Além disso, no dia 12 de julho haverá uma sessão dedicada às operações de paz pensada como o evento mais importante desta presidência — e que contará com a presença do ministro das Relações Exteriores, Carlos Alberto França, e do chefe de operações de paz da ONU, Jean Pierre Lacroix —, com o objetivo de promover uma melhor comunicação e entendimento entre as missões de paz e as sociedades civis onde operam os capacetes-azuis.

Outra questão que o Brasil quer promover neste mês são as consequências dos conflitos armados sobre as crianças — com um debate aberto em 19 de julho —, enfocando os problemas da falta de proteção das crianças deslocadas ou refugiadas, os mecanismos de adoção de crianças durante esses conflitos e sua posterior reinserção social.


Haverá ainda outro debate dedicado ao processo de paz na Colômbia, para o qual foi convidado o presidente da Comissão da Verdade, Francisco de Roux, que apresentará o relatório final de sua equipe ao conselho depois de torná-lo público no dia 28 de junho em Bogotá.

Os temas habituais do conselho — Síria, Líbia, Iêmen, o conflito palestino, Haiti e Líbano, entre outros — também farão parte do menu de discussão durante este mês de julho sob a presidência do Brasil.


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Quando perguntado se o país traria para a agenda a eventual reforma do órgão máximo da ONU para torná-lo mais representativo, Costa disse que o Brasil "há muito que defende que o conselho se adapte à nova realidade do mundo", e que essa reforma “urgente" deve levar em conta as economias emergentes, ainda que tenha demonstrado não alimentar esperanças: "Falamos sobre o assunto há 30 anos", comentou.

Em seguida, ao ser questionado por que não constava na agenda a luta contra o tráfico de pessoas — especialmente após a morte de 53 pessoas em um caminhão em San Antonio, no Texas — ou o desmatamento da Amazônia como fator de agravamento das mudanças climáticas, o embaixador brasileiro reconheceu a gravidade de ambos os fenômenos, mas afirmou que o conselho não é o órgão adequado para tratá-los.

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