Brasil tem maior número de pedidos de refúgio da América Latina

A maioria dos pedidos de refúgio no Brasil vem da Síria, Afeganistão e Iraque, locais que estiveram envolvidos em conflitos violentos nos últimos anos

Internacional|Beatriz Sanz, do R7

20/06/2018 - 18h29 (Atualizado em 22/02/2024 - 12h12)

O Brasil recebeu mais de 148 mil solicitações de asilo e refúgio no ano de 2017. O número faz do país o que mais abriga refugiados e imigrantes na América Latina. Os dados constam em um relatório divulgado pela Acnur (Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados) nesta semana. Em 2017, em todo o mundo, cerca de 68,5 milhões de pessoas estavam em situação de deslocamentos por violência em todo o mundo, também segundo a Acnur.

De acordo com a Acnur, a maioria dos pedidos de refúgio no Brasil vem da Síria, Afeganistão e Iraque. Todos esses locais estiveram envolvidos em conflitos violentos nos últimos anos.

O Dia dos refugiados é celebrado nesta quarta-feira (20) e o tema deste ano, escolhido pela Acnur foi solidariedade. O Alto Comissário da ONU para temas de refugiados, Filippo Grandi afirmou, em nota, que "os próprios refugiados precisam ser incluídos em novas comunidades e ter a chance de atingir seu potencial".

Ele destacou que leis e políticas voltadas para essas populações são "vitais" para os refugiados.

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O Brasil, apesar do grande número de solicitações, ainda enfrenta problemas com a lentidão dos processos de concessão de refúgio ou asilo. Dos 148 mil pedidos registrados, apenas 10 mil foram concedidos pelo Estado brasileiro.

Segundo a Acnur, mais de 85.700 pedidos ainda estão pendentes no país.

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O Conare (Comitê Nacional para os Refugiados) anunciou no início deste mês que está fazendo uma força tarefa para aumentar a velocidade da concessão do ailo ou do status de refugiado para os requerentes.

Outros países da AL

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A Argentina ficou em segundo lugar com 64 mil solicitações de abrigo para pessoas fugindo da violência em seus territórios. O país governado por Mauricio Macri, inclusive, é um dos que menos recebe os refugiados mas jovens, com menos de 18 anos.

No Peru, chama a atenção o número de solicitações de asilo e refúgio vindo de venezuelanos. O país foi o mais procurado pelos cidadãos que fogem da crise aguda na Venezuela. Foram 37.800 de pedidos para viver no Peru, dos quais 33.100 foram feitos por venezuelanos.

As solicitações de refúgio no Peru aumentaram em oito vezes na comparação com 2016, muito em função da crise na Venezuela.

Latino-americanos solicitando asilo

Já os Estados Unidos se tornaram o primeiro país do mundo em número de solicitações de asilo. O número de pedidos aumentaram 44%, voltando a níveis da década de 1980.

Isso se deve muito, aos pedidos de asilo feitos pela população da América Central, que tenta chegar no país através do México.

Do total de solicitações recebidas pelos EUA, 43% vieram de cidadãos da América Central.

El Salvador foi o país da região que mais fez solicitações de asilo aos EUA. Foram 49.500, segundo a Acnur. Na sequência estão Guatemala, Venezuela e México.

Pelo menos 68,5 milhões de pessoas no mundo viviam em
situação de deslocamento forçado por perseguição, conflitos e violência
generalizada até o final de 2017. O dado é do relatório sobre tendências
globais de migração e refúgio lançado pelo Acnur (Alto Comissariado das Nações
Unidas para os Refugiados) nesta terça-feira (19)

A entidade aponta que, entre os deslocados, 25,4 milhões
eram refugiados; 40 milhões foram obrigados a se deslocar dentro de seus
próprios países e 3,1 milhões eram solicitantes de asilo aguardando pela resposta
de governos

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O crescimento no número de deslocados de maneira forçada foi
de 4,4% em relação a 2016 — quando 65,6 milhões de pessoas no mundo viviam
nesta situação. O relatório destaca que novas crises deflagradas em países como
República Democrática do Congo e Mianmar (foto) contribuíram para o aumento

Pelo menos 52% dos refugiados em 2017 eram
crianças e jovens com menos de 18 anos. A Acnur ainda reportou, em 63 de suas
operações pelo mundo, 173.800 casos de crianças deslocadas que estavam
desacompanhadas ou haviam sido separadas de seus pais

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O relatório aponta também que, em 2017, houve uma média de
44 mil novos deslocados a cada dia

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16,9 milhões de pessoas) no mundo em 2017, diz a Acnur

O Líbano continua a ser a nação que abriga o maior número de
refugiados em relação ao tamanho de sua população. No país, uma a cada seis pessoas
é refugiada sob jurisdição das Nações Unidas. A Jordânia fica em segundo lugar
no ranking, com um refugiado a cada 14 pessoas, e a Turquia em terceiro, com um
refugiado a cada 23 pessoas

Em 2017, 5 milhões de deslocados puderam retornar a seus
locais de origem — 4,2 milhões haviam sido obrigados a se deslocar dentro de
seus próprios países e 667.400 eram refugiados

Os novos pedidos de asilo chegaram a 1,7 milhões em 2017. De
acordo com a Acnur, os Estados Unidos são o país que reúne o maior número de
pedidos, com 331.700 solicitações no ano. A Alemanha figura em segundo lugar no
ranking, com 198.300 mil pedidos de refúgio; seguida por Itália (126.500
solicitações) e Turquia (126.100 solicitações)

Mais de dois terços de todos os refugiados no mundo em 2017
vieram de apenas cinco países: Síria, Afeganistão, Sudão do Sul, Mianmar e
Somália

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A Turquia, por sua vez, é a nação com o maior número de
refugiados em seu território — são 3,5 milhões deles no país. Em seguida vêm
Paquistão, com 1,4 milhão de refugiados; Uganda, com 1,4 milhão; Líbano, com
998.900; e Irã, com 979.400

Pelo menos 68,5 milhões de pessoas no mundo viviam em situação de deslocamento forçado por perseguição, conflitos e violência generalizada até o final de 2017. O dado é do relatório sobre tendências globais de migração e refúgio lançado pelo Acnur (Alt...