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Brasileiro é espancado por seguranças de boate em Portugal

Agressões com chutes e até pedaço de pau quebraram o maxilar da vítima, que ficou desacordada no chão e teve de ser operada

Internacional|Pablo Marques, do R7

Vítimas de agressões chegaram a sofrer fraturas no crânio
Vítimas de agressões chegaram a sofrer fraturas no crânio

A brasileira Gislaine Rosa, 33 anos, relatou em uma postagem no Facebook os momentos de terror que passou ao lado do marido, Douglas Carvalho, na boate Call in Faro, na cidade de Faro, em Portugal.

A baiana conta que seguranças a expulsaram do local, juntamente com o marido e outros amigos venezuelanos que estavam comemorando um aniversário na madrugada de domingo (7). O grupo entrou na boate por volta da meia-noite e depois de uma hora um segurança reclamou do comportamento dos integrantes.

"Veio um segurança com um tom agressivo dizendo que não era para falar alto, não era para cantar, para gritar e para dançar. Estávamos aproveitando a noite como qualquer pessoa em uma boate", conta Gislaine ao R7.

Em seguida, a brasileira disse que todos os homens que estavam com ela sumiram e depois de uns dez minutos uma amiga encontrou Douglas e o amigo Juan Lopes deitados na rua, muito machucados.


Ela explica que os homens foram abordados por sete seguranças e conduzidos para fora do estabelecimento com socos nas costas, puxões de camisa e gritos de "não queremos vocês aqui".

As agressões se intensificaram quando os rapazes chegaram à rua. Um dos seguranças deu uma paulada na cabeça de Douglas, que caiu e recebeu chutes no rosto mesmo desacordado. Juan recebeu socos no rosto e outro amigo foi jogado no chão e chutado diversas vezes.


Douglas teve o maxilar quebrado, passou por uma cirurgia em um hospital em Lisboa na terça-feira (9) e voltou para casa. Juan teve uma fratura na face e foi operado na segunda-feira (8). A terceira vítima não teve ferimentos graves, mas ficou com marcas no corpo dos socos e chutes que levou.

Gislaine classifica o caso de xenofobia. Ela afirma que na porta da boate os seguranças elevaram o preço da entrada pelo fato de ela não ser portuguesa e diz ter escutado brincadeiras sobre seu sotaque.


"Isso não pode ficar assim. É uma falta de respeito a nós, imigrantes, sejam brasileiros, venezuelanos, indianos ou de outra nacionalidade, que estamos neste país trabalhando de forma saudável e honesta", escreveu a brasileira no Facebook.

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No perfil no Instagram da boate Call in Faro um comunicado, em destaque, diz que as agressões foram cometidas por pessoas que não são funcionárias do estabelecimento e que está "procurando a melhor solução para o ocorrido". No texto, a boate diz ainda que "não se identifica com atitudes preconceituosas e que está sempre combatendo tais atitudes".

Gislaine rebate que o grupo foi abordado por homens vestidos de preto e guiados pelo segurança que estava na portaria da boate. "Se eles não faziam parte do quadro de funcionários, o que estavam fazendo lá?"

Ela conta que no Google é possível encontrar outras reclamações sobre casos de xenofobia e racismo na mesma boate. "Eu sou mais um caso. Não vou ser só mais um caso. Temos que lutar e nos unir para tentar ver o que a Justiça faz."

Segundo caso em duas semanas

O brasileiro Jefferson Terra Pinto, de 33 anos, morreu após ter sido agredido na saída de um restaurante em Lisboa, capital de Portugal, em 24 de julho. 

A morte teria sido causada pelas agressões que o imigrante recebeu no rosto e na cabeça ao se envolver em uma briga.

Amigos que estavam com ele afirmam que tentaram parar as agressões, mas que os seguranças os impediram.

O autor do crime foi preso pela polícia portuguesa, mas não teve a identidade revelada. Ele vai aguardar o julgamento em liberdade, mas terá que se apresentar à Justiça diariamente.

Racismo em Portugal

Giovanna Ewbank e Bruno Gagliasso e seus filhos Titi e Bless passaram por um episódio de racismo durante uma viagem em família na Costa da Caparica, litoral português, em 30 de julho.

Todos estavam em um restaurante quando uma mulher ofendeu as duas crianças com palavras racistas. Giovanna foi tirar satisfação enquanto o marido ligou para a polícia.

A mulher foi conduzida por guardas para a delegacia e alegou que estaria bêbada no momento da atitude racista antes de ser liberada.

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