Brasileiros nos EUA recebem vacina e comemoram imunização
Aceleração da vacinação fez com que muitos moradores do país tivessem acesso ao imunizante bem antes do esperado
Internacional|Fábio Fleury, do R7
Com o maior número de doses de vacinas contra covid-19 aplicadas no mundo (quase 175 milhões até o momento), os EUA, que também têm os piores números mundiais na pandemia — mais de 31 milhões de casos e 560 mil mortes —, superaram as metas estabelecidas pelo presidente Joe Biden ainda em sua campanha. Nesse cenário da pandemia, a imunização foi aberta para a maior parte dos adultos do país, o que inclui também brasileiros com residência legal em território norte-americano.
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Ao longo das últimas semanas, pessoas conhecidas como o ex-ministro da Justiça Sérgio Moro e o ex-piloto de Fórmula 1 Rubens Barrichello receberam as primeira dose do imunzante que, por suas faixas etárias, ainda levaria algum tempo para obterem pelo SUS aqui no Brasil.
O R7 conversou com dois brasileiros que moram nos EUA e tiveram acesso às vacinas em março. Ambos tiveram pequenas reações após receber a segunda dose, mas agora já estão bem e pensando no futuro pós pandemia de covid-19.
Preocupação com os pais
Fernanda Horner, 26, nasceu na capital paulista, mas vive nos EUA desde 2013. Em Cincinatti, no Estado de Ohio, onde ela mora, a gerente de conteúdo digital já recebeu as duas doses da vacina da Pfizer em março. A paulistana foi imunizada antes mesmos de seus pais, que seguem vivendo em São Paulo e que devem tomar a vacina somente no fim deste mês, segundo o cronograma atual do governo de São Paulo.
"Acho que o que eu senti mais falta foi de viajar e ver meus amigos e família que está no Brasil. Minha família teve que cancelar planos de se ver várias vezes, e a gente não se vê há muito tempo. Ficamos inseguros de pegar um avião e passar a doença um pro outro", conta Fernanda, que é casada com o norte-americano Eric.
Agora que o casal já recebeu as duas doses do imunizante, eles voltaram a fazer planos para atividades fora de casa. A brasileira perdeu o emprego no início da pandemia, mas conseguiu outro e tem trabalhado remotamente desde então. Já o marido, gerente financeiro em uma loja de automóveis, não tinha a mesma opção e seguiu presencialmente no emprego.
"Ficamos isolados por muito tempo. Mesmo depois que o governo começou a permitir certas atividades, como comer em restaurantes e tal, a gente preferiu evitar isso por conta dos riscos. Agora vamos para o estado de Utah conhecer alguns parques nacionais. É uma viagem que a gente decidiu fazer exatamente por ser mais ao ar livre, com menos riscos", explica.
Vacinação acelerada
O paulista Luís Del Papa, 39, se mudou para Filadélfia há cerca de dois anos e meio, antes do coronavírus mudar tudo. Arquiteto de TI, ele foi transferido para a filial norte-americana da empresa onde trabalha e levou a esposa, que é tradutora. Os dois conseguiram ser vacinados em março, com o imunizante da Pfizer. Ele fez questão de usar a camisa do time de coração.
"Nós demos sorte, como eles precisavam aplicar as vacinas da Pfizer logo, acabamos sendo chamados antes da data prevista. Também ajudou que eles atingiram um numero muito alto de pessoas vacinadas em um periodo mais cedo do que esperavam", explica o brasileiro.
Segundo ele, algumas atividades já estavam sendo retomadas aos poucos na cidade de Filadélfia, onde vive. "A gente ja tinha comecado a frequentar restaurantes com mesas do lado de fora. Aqui a prefeitura criou varias estruturas nas ruas, inclusive fechando algumas delas, pra que os restaurantes se adaptassem e tivessem como reabrir", relata.
Luís conta que futebol, hobby preferido de antes da pandemia, ele ainda vai levar um tempo para retomar, mas que o próximo destino dele e da mulher, Cláudia, já está escolhido. "Temos uma viagem marcada para maio, para o Havaí", diz ele. "Ainda mais que agora tem a regra nova de que as pessoas vacinadas só precisam apresentar a carteirinha, não será mais necessário o exame recente".
Efeitos colaterais
Luís conta que teve uma reação à vacina no dia seguinte após receber a segunda dose. "Fiquei um pouco febril, com dor no corpo, pareciam efeitos de um resfriado um pouco mais forte, também um pouco de dor no local que a vacina foi aplicada. No dia seguintejá estava talmente recuperado, tanto que fui correr e não senti nada", relata.
Fernanda teve uma experiência parecida. "Na primeira dose, eu não senti quase nada. Só tive um pouco de dor no braço. Na segunda dose, tive mais efeitos colaterais. Um pouco de febre e fadiga, mas nada insuportável, no dia seguinte já estava bem", resume.