De leste a oeste, o Canadá está sob estado de calamidade em meio a uma temporada de incêndios florestais sem precedentes. O pico do fenômeno, que geralmente ocorre em julho ou agosto, ainda nem chegou. Nenhuma província é poupada, nem mesmo Quebec ou Nova Escócia, no leste, onde geralmente não há grandes incêndios.
Segundo o ministro de Preparação para Emergências, Bill Blair, esta é "a pior temporada de incêndios florestais já registrada no Canadá", em números. Cerca de 490 incêndios florestais estavam ocorrendo na terça-feira (27), mais da metade deles considerada fora de controle. Eles começaram no oeste do Canadá no início de maio, provocando estado de emergência em Alberta e a evacuação de mais de 100 mil pessoas em todo o país.
Algumas semanas depois, quando as chuvas trouxeram algum alívio ao oeste do Canadá, os esforços de combate a incêndios foram transferidos para Nova Escócia, na costa atlântica, e para Quebec, o lugar mais quente do país, com 112 incêndios ativos, cuja fumaça atinge os Estados Unidos e a Europa.
Em um ano típico, cerca de 7.500 incêndios florestais queimam mais de 2,5 milhões de hectares de floresta no Canadá. Mas neste ano foram mais de 7,8 milhões de hectares, uma área quase do tamanho da Áustria.
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Em Quebec, 1,3 milhão de hectares foram queimados até agora, em comparação com uma média de menos de 10 mil por ano na última década. A área queimada nos últimos 25 dias supera o total combinado dos últimos 20 anos.
As emissões de carbono liberadas pelos incêndios na atmosfera já superam o recorde anual do Canadá, segundo o observatório europeu Copernicus. Desde o início de maio, os incêndios geraram quase 600 milhões de toneladas de CO₂, o equivalente a 88% das emissões totais de gases de efeito estufa do país de todas as fontes de energia em 2021. Somente em 2023, os incêndios no Canadá representaram mais de 10% das emissões globais de carbono em incêndios florestais em 2022 (1.455 megatoneladas).