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Canadá: Trudeau se desculpa e quer esclarecer mortes indígenas

Primeiro-ministro fez declaração a nações afetadas pela antiga política do governo de assimilação cultural em internatos

Internacional|

Bandeiras marcam os locais onde foram achadas covas ao lado de internato católico no Canadá
Bandeiras marcam os locais onde foram achadas covas ao lado de internato católico no Canadá Bandeiras marcam os locais onde foram achadas covas ao lado de internato católico no Canadá

O primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, se desculpou nesta sexta-feira (25) pelas "políticas governamentais nocivas" e não descartou uma investigação criminal após a descoberta de centenas de túmulos em antigas escolas residenciais indígenas no oeste do Canadá.

Leia também: Canadá encontra mais 751 túmulos em antigo internato indígena

O mea culpa público pela política de assimilação indígena e outros erros históricos ocorre depois que a Primeira Nação Cowessess anunciou a descoberta de 751 túmulos sem marcações na antiga Escola Residencial Indígena de Marieval, na província de Saskatchewan, menos de um mês após uma descoberta semelhante em um antigo colégio interno em Kamloops, em British Columbia.

"Esta foi uma política governamental incrivelmente prejudicial que foi a realidade do Canadá por muitas e muitas décadas e os canadenses hoje estão horrorizados e envergonhados de como nosso país se comportava; de uma política de assimilação forçada que tirou as crianças de suas casas, suas comunidades, sua cultura e seu idioma", afirmou Trudeau em entrevista coletiva em Ottawa.

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"Sentimos muito", disse ele à nação Cowessess e às outras comunidades indígenas. "Não podemos desfazer o passado, mas podemos nos comprometer todos os dias para consertá-lo no presente e no futuro".

Buscas em todo o país

As escavações na escola Marieval, cerca de 150 km a leste da capital da província, Regina, começaram no final de maio, depois que os restos mortais de 215 crianças foram encontrados no internato de Kamloops.

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As buscas estão sendo realizadas em vários internatos em todo o país, com a ajuda do governo federal.

Questionado sobre se a situação configuraria uma investigação criminal, conforme pedido por várias lideranças indígenas, Trudeau afirmou: "Acredito que as pessoas queiram entender direito o que aconteceu".

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"Estamos abertos a tomar as medidas necessárias para o conhecimento da verdade", acrescentou em francês, "para garantir que haja consequências para as organizações, instituições e talvez, em alguns casos, para as pessoas" relacionadas com a coordenação destes internados.

Até a década de 1990, cerca de 150.000 crianças nativas, mestiças e inuítes foram levadas à força para 139 desses internatos em todo o país, geralmente administrados pela Igreja Católica, onde ficavam longe de suas famílias, idioma e cultura.

Muitos deles foram submetidos a maus-tratos e abusos sexuais nesses centros educacionais, onde mais de 4.000 estudantes foram mortos, segundo uma comissão de investigação que concluiu que o Canadá perpetrou um verdadeiro "genocídio cultural".

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