Capitólio: Justiça indefere recurso de Trump sobre sigilo de arquivos
Ex-mandatário americano alegou que documentos requeridos pelo Congresso estão protegidos por confidencialidade presidencial
Internacional|Lucas Ferreira, do R7, com informações da AFP e Reuters
A Justiça dos Estados Unidos indeferiu nesta quinta-feira (9) um recurso do ex-presidente Donald Trump para evitar a publicação dos registros da Casa Branca relacionados com a invasão do Capitólio, em 6 de janeiro.
A decisão de uma corte federal de apelações coincidiu com a sentença de um tribunal de que o presidente Joe Biden tinha a atribuição de renunciar ao privilégio executivo sobre os registros e entregá-los a um painel do Congresso que investiga aqueles eventos violentos empreendidos por apoiadores de Trump.
“Corte e tribunal concordam que há uma necessidade legislativa única para esses documentos, e que eles são diretamente relevantes para a investigação do comitê sobre o ataque ao Poder Legislativo e o papel constitucional na transferência pacífica do poder”, destacou o tribunal em decisão, segundo a Reuters.
O comitê que investiga a invasão do Capitólio deseja ter acesso a uma gama de documentos relacionados a Trump, incluindo registros de visitantes e telefônicos, além de comunicações por escrito entre os conselheiros do ex-presidente. Na visão dos parlamentares, é necessário saber qual o nível de participação do mandatário no motim de janeiro.
Trump, por sua vez, alega que os documentos estão protegidos pela confidencialidade presidencial em determinadas comunicações da Casa Branca. Ainda de acordo com a Reuters, os advogados do ex-presidente alegam que a investigação tem cunho político.
Pessoas ligadas ao governo Trump, como o ex-assessor do presidente Steve Bannon e o ex-chefe de gabinete Mark Meadows, foram convocadas pelo Congresso para comentar a invasão do Capitólio.
Ao contrário de Bannon, que não enviou os documentos pedidos pelo comitê e se negou a depor, Meadows tem cooperado com as investigações que buscam entender a participação do governo Trump no motim.