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Carta lançada ao mar na Primeira Guerra Mundial chega à família mais de um século depois

Mensagem de soldados australianos escrita em 1916 foi encontrada em praia remota e reacendeu laços familiares perdidos

Internacional|Do R7

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LEIA AQUI O RESUMO DA NOTÍCIA

  • Cartas de soldados australianos lançadas ao mar em 1916 chegaram a seus descendentes após 109 anos.
  • A garrafa com as mensagens foi encontrada por membros da família Brown em Wharton Beach, Austrália.
  • Michele Patterson, neta de um dos soldados, emocionou-se ao receber a carta e encontrar uma peça criada pelo avô.
  • As cartas, agora preservadas, revelaram detalhes familiares e são vistas como um tesouro histórico.

Produzido pela Ri7a - a Inteligência Artificial do R7

Cartas estão em mau estado e serão preservadas com ajuda de especialistas Reprodução de vídeo/ABC News

Cartas escritas há 109 anos por dois soldados australianos da Primeira Guerra Mundial finalmente chegaram ao destino que seus autores jamais imaginariam ver: as mãos de seus descendentes.

As mensagens, redigidas pelos soldados Malcolm Neville e William Harley, foram lançadas ao mar dentro de uma garrafa de refrigerante em 1916, durante a travessia do navio His Majesty’s Australian Transport Ballarat rumo à Europa.


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O achado ocorreu recentemente em uma praia isolada do oeste da Austrália, chamada Wharton Beach, próxima à cidade de Esperance. Membros da família Brown encontraram a garrafa durante uma ação de limpeza e, intrigados com o conteúdo, usaram as redes sociais para localizar descendentes dos autores. As cartas foram então encaminhadas às famílias das cidades de Adelaide e Alice Springs, encerrando uma busca que nenhum dos parentes sequer sabia existir.


Para Michele Patterson, neta de William Harley, o reencontro com o passado teve sabor de milagre. Ela contou que o avô sempre foi uma figura lendária entre os descendentes, um homem que sobreviveu à guerra, mas morreu antes do nascimento dos netos. “Sempre quis conhecê-lo, e esta carta é o mais perto que pude chegar disso”, afirmou emocionada ao canal de TV ABC News. Coincidência ou destino, Michele encontrou dias depois um molde de ferro fundido criado pelo avô, peça que ela buscava havia quatro décadas.


A sincronia não parou por aí. No mesmo período em que a carta foi recebida, o tataraneto de William, de 14 anos, participava de um acampamento escolar sem acesso à tecnologia, navegando justamente pelo Grande Golfo Australiano, o mesmo ponto de onde a mensagem foi lançada. Naquele momento, o adolescente escrevia uma carta à família, criando, segundo Michele, uma conexão simbólica entre gerações separadas por mais de um século.


O conteúdo da correspondência revelou o espírito otimista dos jovens soldados, que escreviam “em bom humor”, pedindo que ninguém se preocupasse e expressando o desejo de voltar em breve. O irônico é que, quando William partiu, não sabia que seu irmão Henry, também combatente, havia sido morto poucos dias antes de sua chegada à Europa. O próprio William sobreviveu, mas morreria mais tarde devido às sequelas dos ferimentos da guerra.

As cartas, extremamente frágeis, serão agora preservadas com apoio de especialistas. Michele e seus primos pretendem doar o material a uma instituição capaz de garantir sua conservação. Para eles, trata-se de um tesouro histórico e emocional, não apenas pela raridade do achado, mas por ter revelado novos detalhes sobre a origem da família, incluindo um endereço que remonta à chegada dos Harley à Austrália em 1881.

Segundo o curador do Memorial de Guerra Australiano, Bryce Abraham, há pouquíssimos registros de mensagens em garrafa da Primeira Guerra. Apenas três exemplos estão catalogados no museu. Ele explica que, embora fosse um gesto simbólico e até divertido entre os soldados, a maioria dessas garrafas se perdeu no oceano. “É como uma cápsula do tempo que sobreviveu ao impossível”, resumiu.

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