Cazaquistão, Uzbequistão e Geórgia proíbem Boeing 737 MAX 8
Companhias aéreas estão esperando resultado das investigações sobre modelo de aeronave. Acidente no domingo (10) deixou 157 mortos na Etiópia
Internacional|Da EFE
A companhia aérea cazaque SCAT, a única que opera um Boeing 737 MAX 8 vetado por vários países após o acidente de domingo (10) na Etiópia, anunciou nesta quarta-feira (13) a suspensão de voos com esta aeronave até que sejam divulgados os resultados da investigação em andamento.
"Trata de uma decisão da companhia aérea privada SCAT que opera um avião (Boeing 737 Max)", explicaram à Agência Efe no Comitê cazaque de Aviação Civil.
Segundo a vice-presidente da entidade, Toti Amirova, a SCAT "está à espera dos resultados definitivos da investigação sobre as causas do acidente", que deixou 157 mortos no dia 10 de março.
Ao mesmo tempo, ressaltou que a proibição não afeta os voos de outros modelos do fabricante americano Boeing.
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Seguindo a mesma linha, o Uzbequistão também anunciou a suspensão, por um mês, de todos os voos com Boeing 737 MAX 8, de acordo com informações divulgadas pelo Ministério de Transporte da república centro-asiática.
"A suspensão será temporária e aplicada desde hoje e terá um prazo de um mês", disse um porta-voz da pasta de Transporte, citado pela agência "Interfax".
Além disso, a Geórgia também suspendeu os voos dos Boeing 737 MAX 8 e 9 em seu espaço aéreo.
"Para garantir a segurança dos passageiros e dos voos, a partir de hoje os voos destes tipos de aeronaves no espaço aéreo do país foram suspensos temporariamente", disse à Agência Efe o chefe adjunto da Administração de Aviação Civil do Ministério de Economia da Geórgia, Alexander Gachechiladze.
"Os voos ficarão suspensos por um tempo, até que haja informação mais completa sobre as causas do acidente aéreo na Etiópia", precisou.
Companhia da Indonésia suspende voos com aeronave
A companhia aérea indonésia Lion Air confirmou nesta quarta-feira (13) que suspendeu temporariamente um pedido de quatro aviões Boeing 737 Max 8 após os acidentes ocorridos com este modelo na Indonésia e na Etiópia.
A informação foi anunciada por um dos diretores da Lion Air, Daniel Putut, durante entrevista coletiva organizada pelo Ministério dos Transportes em Jacarta na qual detalhou que o pedido estipulado para maio foi adiado.
Putut explicou que a companhia aérea aguardará até que sejam esclarecidos os motivos do acidente na Indonésia, onde em outubro do ano passado um avião deste modelo operado pela Lion Air caiu e matou 189 pessoas.
Ontem, o diretor revelou que a empresa indonésia questiona há meses a viabilidade do total do pedido de 218 aviões 737 Max 8 que a companhia aérea deve receber da fabricante americana nos próximos anos, segundo o portal "Tirto".
Lion Air, a maior companhia áerea de baixo custo da Indonésia, conta atualmente com dez 737 Max 8 na frota, enquanto a companhia aérea nacional Garuda Airlines opera uma aeronave deste mesmo modelo.
Durante a entrevista coletiva, a diretora-geral de Aviação Civil do Ministério dos Transportes, Polana B. Pramesti, afirmou que a proibição de voar imposta aos 737 Max 8 na segunda-feira (11) será mantida por pelo menos uma semana enquanto são realizadas inspeções nos aviões.
Pramesti acrescentou que a Indonésia está disposta a enviar uma equipe de especialistas para ajudar na investigação do acidente na Etiópia caso as autoridades etíopes precisem, segundo um comunicado do ministério.
As investigações do acidente na Indonésia apontam, entre vários fatores, para um software do sistema MCAS dos 737 Max que, sob determinadas circunstâncias, inclina para baixo o nariz do avião quando detecta que não há velocidade suficiente para se manter no ar.
Norwegian pedirá compensação econômica à Boeing por problemas
A companhia aérea Norwegian anunciou que pedirá uma compensação econômica à companhia aeronáutica Boeing pelos prejuízos causados pela suspensão temporária de voos do modelo 737 MAX após o último acidente mortal na Etiópia.
A Agência Europeia de Segurança Aérea ordenou ontem a suspensão de todos os voos dos Boeing 737 MAX em seu espaço aéreo, se juntando a outros países como China, Austrália e Indonésia e a várias companhias aéreas, entre elas a própria Norwegian.
"Vamos enviar toda a conta para a Boeing. A Norwegian não vai sofrer nenhum prejuízo econômico por causa de um avião completamente novo que não pode ser utilizado para o tráfego aéreo", declarou hoje ao site do jornal econômico norueguês "E24" Lasse Sandaker-Nielsen, diretor de comunicação da companhia.
A empresa norueguesa, que hoje cancelou cerca de 20 voos, estima que existem fundamentos jurídicos para exigir uma compensação econômica, apesar de nem a Boeing nem as autoridades americanas terem emitido até o momento qualquer ordem de suspensão.