China ameaça ativistas pró-Taiwan com punições 'pelo resto da vida'
Governo chinês ameaça e sanciona políticos taiwaneses que defendem independência da ilha, assim como suas famílias
Internacional|Do R7
A China afirmou nesta sexta-feira (5) que punirá os políticos taiwaneses "dispostos a fazer qualquer coisa" pela independência, proibindo todas as visitas, em um contexto de tensão entre Pequim e Taipei que não era visto há anos.
O escritório de assuntos taiwaneses em Pequim advertiu que "o continente (China continental) manterá a responsabilidade criminal dos ativistas pró-independência de Taiwan dispostos a fazer qualquer coisa, de acordo com a lei, pelo resto de suas vidas".
Em um comunicado, a porta-voz deste órgão do governo chinês, Zhu Fenglian, descreveu o primeiro-ministro taiwanês, Su Tseng-chang, o presidente do parlamento taiwanês, Yu Shyi-kun, e o ministro das Relações Exteriores, Joseph Wu, como membros de uma minoria de partidários da independência.
Zhu considera que “tentaram fomentar um confronto através do Estreito (entre a China e Taiwan), atacaram e caluniaram maliciosamente o continente (...) e deterioraram as relações entre as duas partes do Estreito”.
Também acrescentou que Pequim proibiu suas famílias de entrar na China continental, Hong Kong e Macau. Além de proibi-los de colaborar com organizações ou indivíduos do continente.
O primeiro-ministro taiwanês desprezou as ameaças de Pequim e disse "que não se deixará impressionar".
O Conselho de Assuntos do continente, principal órgão de decisão de Taiwan sobre relações com a China, considerou nesta sexta-feira "inaceitáveis as intimidações e ameaças procedentes de um governo autoritário".
"Taiwan é uma sociedade democrática onde reina o direito e não está sob jurisdição de outro lugar", acrescenta o comunicado, que afirma que "o povo taiwanês não fará compromissos".
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Taiwan tornou-se em 1949, no final da guerra civil chinesa, o refúgio dos nacionalistas derrotados de Chiang Kai-shek. Desde então, seus 23 milhões de habitantes vivem sob a ameaça de invasão.
Pequim, que reivindica a soberania da ilha, tem intensificado suas ações nos últimos anos para isolar Taiwan no nível internacional e impede qualquer tentativa de reconhecimento deste estado independente.
A China também aumentou sua atividade militar na área, quebrando um recorde de incursões de aeronaves de combate em outubro.