Chineses estão comprando cobras venenosas após sucesso de animação nos cinemas
Personagem de Zootopia 2 desperta fascínio, gera alertas oficiais e levanta debate sobre riscos de ter animais peçonhentos
Internacional|Do R7
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Produzido pela Ri7a - a Inteligência Artificial do R7

O lançamento de “Zootopia 2” provocou um fenômeno inesperado na China: o aumento do interesse de jovens por cobras reais altamente venenosas inspiradas em um dos novos personagens do filme.
Gary A’Cobra é uma víbora azul fictícia que conquistou o público chinês e acabou influenciando decisões de compra fora das telas.
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Qi Weihao, de 21 anos, morador da província de Jiangxi, comprou uma víbora-de-fossa azul dois dias após a estreia do filme, em 26 de novembro. O jovem pagou 1.850 yuans (cerca de R$ 1.450) pelo animal, atraído pela aparência e pela representação positiva do personagem.
Segundo Qi, o interesse por cobras já existia, mas foi reforçado pela forma como o filme apresenta o personagem. Ele afirmou à CNN que “Zootopia 2” ajuda a melhorar a imagem dos répteis como animais de estimação, combatendo o estigma de que seus donos teriam gosto por criaturas “estranhas” ou “assustadoras”.
Na trama, Gary tenta limpar a reputação de sua família e de todos os répteis. Para Qi, o entusiasmo e o senso de responsabilidade do personagem ajudam a humanizar a figura da cobra aos olhos do público.
O sucesso do filme foi expressivo. “Zootopia 2” tornou-se a animação estrangeira de maior bilheteria da história da China. No mercado global, o longa já superou a marca de US$ 1 bilhão, de acordo com dados do Box Office Mojo.
Com a popularidade do personagem, plataformas de comércio eletrônico chinesas registraram aumento nas buscas e nos preços da víbora-de-fossa azul. O interesse por répteis como animais de estimação não é novo entre jovens chineses. Dados citados pela agência estatal Xinhua mostram que mais de 17 milhões de pessoas no país possuíam animais exóticos até o fim de 2024. Mais de 60% desse público pertence à geração Z.
Um relatório de 2025 sobre a indústria pet na China aponta que cobras representam mais da metade dos répteis mantidos como animais de estimação. A maioria é criada em cativeiro antes da venda em lojas físicas, enquanto parte é comercializada por vendedores online, que enviam os animais diretamente aos compradores.
Embora a legislação chinesa proíba o envio postal de animais vivos e de itens perigosos, a criação da víbora-de-fossa azul não é considerada ilegal. Essa lacuna regulatória tem dificultado a fiscalização das vendas pela internet.
O crescimento do interesse por uma cobra altamente venenosa levantou preocupações oficiais. Qi, que buscou seu animal pessoalmente após dirigir cerca de 40 minutos, alertou que a decisão não deve ser tomada por impulso e exige experiência e equipamentos adequados.
A imprensa estatal também reagiu. O jornal The Beijing News destacou que, embora o personagem do filme seja retratado como simpático e corajoso, o animal real está longe de ser inofensivo. Segundo o comentário, um ataque ou fuga pode colocar em risco não apenas o dono, mas também a segurança pública.
Diante dos riscos, muitos fãs têm optado por alternativas mais seguras. Produtos temáticos do personagem, como bonecos de pelúcia e caixas-surpresa, entraram na lista dos mais vendidos da semana em sites como Taobao.
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