Cidade italiana tem de 'exportar' vítimas de covid-19 para cremação
Caminhões deixaram Bergamo com 60 caixões com mortos pela doença para serem cremados em cidades vizinhas porque cemitério está lotado
Internacional|Da EFE
Uma longa coluna de caminhões militares atravessou o centro de Bérgamo, no norte da Itália, na noite de quarta-feira (18), transportando dezenas de caixões de vítimas do novo coronavírus para cremação em outros lugares, já que o cemitério da cidade não tem mais capacidade.
A imagem da impressionante caravana verde-oliva, coletada pela mídia italiana, é um exemplo de como a epidemia está atingindo a província de Bérgamo, a mais afetada na Lombardia, com cerca de 55 mortes diárias por causa da doença.
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Os caixões, colocados em cerca de 30 caminhões do Exército, passaram pela cidade a caminho do cemitério local até a rodovia, destinada a uma dúzia de municípios na Itália.
O cemitério já não consegue mais gerenciar a emergência e a espera por cremações é superior a uma semana.
Caminhões militares levaram 60 caixões
De acordo com o jornal local L'Eco di Bergamo, veículos militares levaram quase 60 caixões para incinerar os restos mortais em instalações em vários municípios que se ofereceram para fazê-lo.
Metade deles foi levada para a cidade de Modena, em cujo cemitério serão realizadas as cremações, segundo o acordo alcançado com a prefeitura e as autoridades de saúde.
Outros corpos das vítimas desta epidemia em Bérgamo foram levados para os municípios de Acqui Terme, Brescia, Cervignando del Friuli, Parma, Piacenza, Rimini, entre outros.
Uma vez realizadas as cremações, as cinzas serão transferidas de volta para Bérgamo, para o local de origem do falecido.
Itália teve recorde de mortes
Ontem, a Itália aproximou-se das 3 mil mortes por covid-19, depois de registrar mais 475 vítimas fatais em apenas um dia, e os casos positivos são quase 29 mil.
O saldo é dramático na Lombardia, onde nas últimas 24 horas houve mais 319 mortes, até 1.959, e o número total de positivos é de 12.266, com quase mil pessoas em terapia intensiva, e nessa região Bérgamo é a província mais afetada.