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Cientistas reconstroem rostos de irmãs que viveram na Idade da Pedra, há 6.000 anos; veja

Encontradas em mina na República Tcheca em 2008, restos mortais de mulheres revelam vida de trabalho intenso e mistérios

Internacional|Do R7

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RESUMO DA NOTÍCIA

  • Duas irmãs da Idade da Pedra, com cerca de 6.000 anos, tiveram seus rostos reconstruídos por cientistas na República Tcheca.
  • Os restos mortais foram encontrados em um poço de mineração, sugerindo que foram sepultadas onde trabalhavam.
  • As irmãs apresentavam sinais de trabalho intenso e lesões, indicando uma vida de esforço físico na mineração.
  • O sepultamento de um bebê e um cachorro junto com elas permanece um mistério, sem evidências de morte violenta.

Produzido pela Ri7a - a Inteligência Artificial do R7

As irmãs, com idades entre 30 e 40 anos, tinham cerca de 1,50 m de altura e corpos esguios Divulgação/Eva Vaníčková

Duas irmãs que viveram há mais de 6.000 anos, na Idade da Pedra, em uma comunidade mineradora na atual República Tcheca tiveram seus rostos reconstruídos em modelos hiper-realistas por cientistas.

A reconstituição, que faz parte de um estudo publicado no último dia 18 de junho na revista científica Archaeological and Anthropological Sciences, baseia-se nos restos mortais de duas mulheres descobertos em 2008, em um poço de mineração de xisto na Morávia do Sul.


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Os esqueletos das irmãs foram encontrados em um poço de mineração, enterrados de forma peculiar: a mais nova, a seis metros de profundidade, e a mais velha, um metro acima. “Elas foram provavelmente sepultadas onde trabalharam”, disse Martin Oliva, arqueólogo do Museu Morávio e coautor do estudo, ao Live Science.

Um filhote de cachorro e os ossos de um recém-nascido, este último sobre o peito da irmã mais velha, também foram encontrados. Análises genéticas confirmaram que nem o bebê nem o cachorro tinham laços de parentesco com as mulheres, e o motivo desse sepultamento conjunto ainda é desconhecido.


Trabalho pesado e marcas nos ossos

As irmãs, com idades entre 30 e 40 anos, tinham cerca de 1,50 m de altura e corpos esguios, mas musculosos, moldados pelo trabalho intenso na mineração de pedras para ferramentas e armas.

Os esqueletos mostram fraturas, vértebras danificadas e lesões parcialmente curadas. A irmã mais velha tinha uma fratura no antebraço que nunca cicatrizou por completo, sugerindo que continuou trabalhando mesmo ferida.


“O trabalho mais árduo pode não ter sido feito pelos mais fortes, mas por aqueles que podiam ser forçados a isso”, escreveram os pesquisadores, apontando para uma sociedade em transição entre 4.340 e 4.050 a.C., com hierarquias emergentes.

Apesar de uma infância com desnutrição e doenças, as irmãs tinham uma dieta rica em proteínas animais na vida adulta, algo incomum para a época. Isso pode estar ligado à abundância de caça nas florestas da Morávia do Sul ou à necessidade de sustentar o esforço físico da mineração.


Reconstruções reveladoras

As reconstruções faciais, feitas com gesso, silicone, próteses oculares e cabelos implantados fio a fio, foram baseadas em crânios bem preservados. A irmã mais nova tinha cabelos escuros e olhos castanhos ou verdes; a mais velha, provavelmente loira de olhos azuis.

As vestimentas, inspiradas em vestígios têxteis neolíticos, mostram a mais velha com uma blusa simples, xale de fibras vegetais e cabelo preso por uma rede, e a mais nova com uma túnica de linho grosso, com tiras do tecido trançadas nos cabelos.

Embora o estudo esclareça a vida das irmãs, o sepultamento com o bebê e o cachorro permanece um mistério. Não há sinais de morte violenta ou doenças nos esqueletos, mas os cientistas consideram a possibilidade de sacrifício ou descarte após as irmãs não poderem mais trabalhar devido a ferimentos. “Realmente não podemos saber”, disse Oliva.

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