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Colômbia: ex-presidente será investigado por caso Odebrecht

Juan Manuel Santos passará por investigação preliminar para apurar se ele teve envolvimento com o escândalo mundial da construtora brasileira

Internacional|Da EFE

Santos será investigado por comitê do Congresso
Santos será investigado por comitê do Congresso

A Comissão de Investigação e Acusação da Câmara de Representantes da Colômbia abriu uma investigação preliminar contra o ex-presidente do país, Juan Manuel Santos, para averiguar supostos vínculos com o escândalo internacional de corrupção protagonizado pela Odebrecht.

O presidente da comissão, Ricardo Ferro, disse nesta quarta-feira (5) à imprensa local que o objetivo da diligência é "determinar se há ou não lugar para proceder uma investigação formal" por possível recebimento irregular de dinheiro da construtora brasileira em sua campanha para a eleição presidencial em 2014.

Leia também: Mortes de testemunhas rondam escândalo Odebrecht na Colômbia

A comissão é composta por 15 membros e encarregada de preparar projetos de acusação em caso de processos constitucionais contra o presidente da República, os juízes da Corte Constitucional, da Corte Suprema de Justiça e do Conselho de Estado.


De acordo com Ferro, filiado ao partido Centro Democrático, o mesmo do atual presidente colombiano, Iván Duque, a decisão de abrir a investigação preliminar contra Santos foi tomada com base em uma entrevista do ex-senador Bernardo Miguel Elías Vidal, que está detido.

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O parlamentar acrescentou que "é obrigação da comissão abrir primeiro uma investigação preliminar e, se houver necessidade, uma investigação formal".


Ferro também declarou que a comissão convocou para depoimento no dia 17 deste mês o ex-senador detido e o advogado de Santos.

A Corte Suprema de Justiça condenou Elías em fevereiro do ano passado a seis anos e oito meses de prisão pelos crimes de suborno e tráfico de influência por participação nos pagamentos de propinas por parte da Odebrecht.


O político foi preso em agosto de 2017 e admitiu os crimes por ter influenciado para que fosse acrescentado um aditivo ao contrato da multinacional brasileira para a construção de uma estrada.

Esse contrato foi concedido à Odebrecht pelo Instituto Nacional de Concessões (Inco) em 2012, depois do pagamento de US$ 6,5 milhões (cerca de R$ 25 milhões) em subornos a vários funcionários do governo.

Em maio desse ano, o ex-gerente da campanha presidencial de Santos em 2014, Roberto Prieto, foi condenado a uma pena de cinco anos de prisão por receber dinheiro da Odebrecht.

Segundo documentos divulgados em dezembro de 2017 pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos, a Odebrecht pagou US$ 788 milhões (cerca de R$ 3 bilhões) em propinas em 12 países de América Latina e África, entre eles a Colômbia, onde teria distribuído mais de US$ 11 milhões (cerca de R$ 42 milhões) a políticos entre 2009 e 2014.

No entanto, o Ministério Público Colombiano afirmou depois que o total de propinas que a Odebrecht pagou na Colômbia foram de US$ 25,4 milhões (cerca de R$ 98,6 milhões)..

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