Logo R7.com
Logo do PlayPlus
Publicidade

Com atos de Lula na China, ameaça comunista deixa de ser apenas teoria da conspiração

De Xangai, Lula provoca EUA, defende fortalecer o Brics, acena com moeda comum com a China e tenta intermediar Guerra da Ucrânia 

Internacional|Marco Antonio Araujo, do R7

Lula dá amplo apoio ao Brics, liderados por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul
Lula dá amplo apoio ao Brics, liderados por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul Lula dá amplo apoio ao Brics, liderados por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul

A diplomacia brasileira se consolidou historicamente por seu esforço em se manter neutra. Esse pragmatismo, no entanto, jamais foi capaz de esconder um alinhamento quase automático com a visão ideológica e econômica ocidental. Os mais antigos certamente se lembram de sermos tratados como “quintal dos EUA”, mesmo status a que se submetem quase todos os países do continente americano, do Golfo do México à Patagônia.

Agora, o presidente Lula encontra na viagem à China a oportunidade perfeita para deixar claro suas divergências com os norte-americanos. O presidente tem a certeza de que os ianques não permitirão o desenvolvimento dos países da América do Sul, especialmente o Brasil. O argumento lulista é colaboração de autoridades daquele pais à Operação Lava Jato, com o objetivo de tirar a competitividade internacional das megaconstruturas brasileiras.

A viagem de Lula à China vem dar novas cores ao arranjo planetário que parecia imutável desde a Guerra Fria. Não se trata apenas de dinheiro e relações comerciais. As peças do tabuleiro internacional estão em movimento. A Guerra da Ucrânia provavelmente será vista, no futuro, como um marco da geopolítica e do reequilíbrio entre Ocidente e Oriente.

Nada será como antes, pois as pontes de retirada foram dinamitadas. Resta-nos, como observadores atônitos e à mercê de uma catástrofe nuclear, prestar atenção nas placas tectônicas que estão se movendo neste exato instante.

Publicidade

De Xangai, Lula expôs com clareza alguns paradigmas de sua nova chancelaria: fortalecimento dos Brics, criação de uma moeda comum (em substituição ao dólar) para transações comerciais entre Brasil e China, tentativa de criação de um conselho de países “neutros” para mediar um acordo de paz – que só pode resultar em algum benefício para o criminoso de guerra Vladimir Putin.

Só não vê quem não quer: por mais que o Brasil propague sua soberania e independência, a aproximação com Xi Jinping, e deste com a Rússia, somada às provocações dirigidas à Otan e ao frágil governo Biden, não permitem muita ingenuidade: nosso país está pendendo para um dos lados – e não é o norte-americano.

Publicidade

É um movimento arriscado e precipitado, para não dizer, veremos, estúpido. Não é preciso contratar institutos de pesquisa para saber qual a preferência da imensa maioria dos brasileiros. O lado errado da força está com os ditadores e autocratas. Assim que a opinião pública perceber que a tão conclamada "ameaça comunista" é muito mais complexa que uma teoria da conspiração, o governo Lula há de pagar um preço alto por suas opções e ações ideológicas.

Parafraseando o ditado: é a democracia, estúpido! Tudo indica que a roda da história está girando em alta velocidade. Apertem os cintos.

Últimas

Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com oAviso de Privacidade.