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Como é o acordo de terras raras firmado entre EUA e Austrália para combater domínio da China

Parceria bilionária, assinada nesta segunda (20), busca reduzir dependência de Pequim em minerais usados em tecnologia e defesa

Internacional|Do R7

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LEIA AQUI O RESUMO DA NOTÍCIA

  • Os EUA e a Austrália assinaram um acordo de US$ 1 bilhão para ampliar o fornecimento de terras raras.
  • O objetivo é reduzir a dependência da China, que controla 70% da mineração e 90% do processamento de materiais essenciais.
  • O acordo prevê investimentos em infraestrutura para refino e extração de minerais, com ênfase em segurança nacional e tecnologia.
  • O pacto inclui cooperação em mapeamento geológico, licenciamento de minas e uma resposta à presença chinesa em minas no exterior.

Produzido pela Ri7a - a Inteligência Artificial do R7

Assinatura ocorreu durante primeira cúpula oficial entre Trump e Albanese na Casa Branca Divulgação/Casa Branca

Os Estados Unidos e a Austrália assinaram nesta segunda-feira (20) um acordo para ampliar o fornecimento de terras raras e outros minerais essenciais, em uma tentativa de reduzir o domínio da China sobre o setor.

O pacto, assinado pelo presidente Donald Trump e pelo primeiro-ministro Anthony Albanese, prevê um investimento conjunto de US$ 1 bilhão (cerca de R$ 5,3 bilhões) em projetos de mineração e processamento nos dois países nos próximos seis meses.


O objetivo é criar uma cadeia de suprimentos alternativa à chinesa, que hoje controla cerca de 70% da mineração mundial e 90% do processamento desses materiais, de acordo com a agência de notícias Reuters.

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Segundo a rede britânica BBC, o governo australiano estima que o acordo apoiará uma carteira de US$ 8,5 bilhões em projetos “prontos para uso”, voltados à expansão das capacidades de extração e refino no país.


Parte do investimento norte-americano será direcionada à construção de uma refinaria avançada de gálio – metal usado principalmente na indústria da tecnologia –, com capacidade de 100 toneladas por ano, na Austrália Ocidental.

Os dois países também se comprometeram a trabalhar juntos na definição de preços, concessão de licenças e revisão governamental de vendas de empresas do setor.


A Casa Branca informou ainda que os Estados Unidos, por meio do Banco de Exportação e Importação, oferecerão até US$ 2,2 bilhões em financiamento para projetos de minerais críticos.

Dependência

As terras raras são fundamentais para a produção de chips, carros elétricos, motores de aeronaves, equipamentos militares e produtos eletrônicos. Hoje, a dependência das empresas ocidentais em relação à China preocupa os governos dos EUA e da Austrália, especialmente diante das recentes restrições impostas por Pequim às exportações desses materiais.


A Austrália, embora rica em recursos, ainda depende da China para processar os minerais e transformá-los em insumos industriais. O novo acordo busca acelerar o desenvolvimento de instalações locais de refino e diminuir barreiras regulatórias para impulsionar a produção.

“Daqui a cerca de um ano, teremos tantos minerais essenciais e terras raras que vocês não saberão o que fazer com eles”, disse Trump, sugerindo que o acordo garantiria uma produção abundante.

A assinatura ocorreu durante a primeira cúpula oficial entre Trump e Albanese na Casa Branca, que também tratou de temas de defesa, incluindo o acordo AUKUS, firmado em 2023, pelo qual a Austrália comprará submarinos nucleares dos EUA a partir de 2032.

Embora o governo Trump tenha revertido diversas políticas da era Biden, o presidente sinalizou apoio à continuidade do AUKUS, dizendo que o entendimento estava sendo aprimorado em parceria com o Reino Unido.

Pressão sobre a China

O anúncio do acordo acontece uma semana depois de os EUA criticarem a expansão dos controles de exportação de minerais por Pequim, vista como uma ameaça às cadeias globais de suprimento.

Durante as negociações, a Austrália ofereceu acesso preferencial à sua reserva estratégica de terras raras, enquanto Trump e Albanese concordaram em agilizar licenças para novas minas e instalações de processamento.

O documento também prevê cooperação no mapeamento geológico, na reciclagem de minerais e na proteção de ativos estratégicos – uma resposta indireta à expansão da presença chinesa em minas no exterior, como a maior mina de cobalto do mundo, no Congo.

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