Em 2024, uma cachalote encalhou na Baía de Osaka, no Japão, e morreu quatro dias depois. O enterro offshore do animal, que foi batizado de Yodo-chan, custou impressionantes US$ 533 mil (cerca de R$ 3 milhões) aos cofres públicos. Na semana passada, outra baleia encalhou no mesmo lugar. Agora, a população tem criticado as autoridades sobre como lidar com a situação. Este é o terceiro ano consecutivo em que baleias encalham na Baía de Osaka. Em todo o Japão, são registrados 300 casos por ano. O episódio recente, ocorrido no último dia 19, envolve um animal de cerca de 12 metros de comprimento e que pesava 20 toneladas. O alto custo da operação é centro da discussão.A estrutura daquela baía, com muitas passagens estreitas, pode ser uma das razões pelas quais baleias perdidas têm dificuldade para retornar ao mar aberto, segundo especialistas. As causas do encalhe ainda estão sob investigação, mas flutuações de maré, doenças e mudanças climáticas estão entre as hipóteses consideradas.O governador de Osaka, Hirofumi Yoshimura, já garantiu aos moradores que os custos desta vez serão “muito menores”, segundo a agência de notícias AP. A promessa vem após o aprendizado com o caso de Yodo-chan e um episódio anterior, em 2021, quando o enterro de uma baleia em terra foi quase 10 vezes mais barato do que o processo offshore realizado no ano passado.Enquanto a baleia permanece na baía, equipes monitoram o animal e avaliam as melhores ações a serem tomadas. Segundo a AP, autoridades de Osaka decidiram enterrar a baleia morta em um complexo de descarte de resíduos industriais.A ideia é que ela permaneça enterrada por alguns anos até que se torne naturalmente esquelética. Então, o esqueleto será desenterrado e doado a um museu natural da cidade. Para os moradores, a esperança é que, desta vez, o desfecho seja menos traumático -- tanto para o animal quanto para o bolso dos contribuintes.Esse é um método de descarte de corpos de animais marinhos, como baleias. Nele, os restos mortais são levados para o oceano, longe da costa, e afundados em águas profundas. Esse processo é geralmente utilizado quando o animal é muito grande para ser removido e descartado em terra, ou quando o enterro em terra não é viável devido a questões logísticas, ambientais ou de saúde pública.No caso de baleias encalhadas, o enterro offshore é uma opção para evitar problemas como a decomposição rápida do corpo, que pode liberar gases tóxicos e atrair predadores, além de gerar mau cheiro e riscos à saúde. Apesar disso, esse método pode ser extremamente caro, porque exige o uso de equipamentos especializados, como barcos e guindastes, e de uma equipe técnica para realizar o procedimento de forma segura e ambientalmente adequada.