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Convocação de protestos para COP27 já deixa 70 presos no Egito

A Procuradoria-Geral do país acusa parte dos manifestantes de terrorismo e divulgação de notícias falsas

Internacional|Do R7

COP27, a cúpula do clima da ONU, será realizada no Egito em 2022
COP27, a cúpula do clima da ONU, será realizada no Egito em 2022

A ECRF (Comissão Egípcia de Direitos e Liberdades, na sigla em inglês) disse nesta terça-feira (1º) que pelo menos 67 pessoas foram presas nos últimos dias no Egito após a convocação de protestos contra o governo durante a cúpula do clima da ONU — a COP27.

A fonte, que pediu anonimato por razões de segurança, disse que as prisões ocorreram no Cairo e nas cidades de Alexandria e Suez, e que todos os detidos, sete dos quais são mulheres, estão sob custódia policial ou em prisão preventiva.

Além disso, apontou que eles foram acusados ​​pela Procuradoria-Geral de "pertencer a um grupo terrorista" e "divulgar notícias falsas", alegações com as quais as autoridades egípcias detêm rotineiramente ativistas, críticos e dissidentes.

Todos foram presos por incentivar a participação em protestos antigovernamentais marcados para 11 de novembro, durante a COP27, em meio ao descontentamento geral da população egípcia por causa do aumento da inflação e do colapso da moeda local, que desde março perdeu quase metade do valor em relação ao dólar.


A ECRF já havia alertado esta semana para as investigações que a Procuradoria-Geral está realizando contra "dezenas de cidadãos". Segundo a comissão, as forças de segurança egípcias estão verificando os telefones celulares de transeuntes no centro do Cairo por conta da convocação das manifestações.

Várias ONGs locais e internacionais pediram à ONU e aos líderes mundiais presentes na COP27 que falem sobre a situação dos direitos humanos no Egito, onde a liberdade de expressão e o direito de manifestação são praticamente inexistentes.


Em 2019, mais de 3.000 pessoas foram presas por terem participado de protestos limitados no Egito, e muitos dos detidos ainda estão em prisão preventiva e aguardam julgamento.

Organizações internacionais acusam o governo egípcio de não tolerar discordâncias políticas. A Human Rights Watch assegurou que até 60 mil pessoas foram detidas por motivos políticos no Egito desde que o presidente Abdul Fatah al Sisi chegou ao poder, em 2014.

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