Coreia do Norte apoiará a Rússia até a vitória na guerra contra a Ucrânia, diz ministra
Declaração da chanceler norte-coreana ocorre em meio ao suposto envio de soldados do país para auxiliar os russos no conflito
Internacional|Do R7
A ministra das Relações Exteriores da Coreia do Norte, Choe Son Hui, garantiu, nesta sexta-feira (1º), que o regime de Kim Jong-un apoiará a Rússia até que haja uma vitória na guerra contra a Ucrânia, informa a agência de notícias Reuters. A chanceler se encontrou mais cedo com o ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov, em Moscou.
“Nossas relações tradicionais e historicamente amigáveis, que percorreram o caminho testado da história, hoje... estão alcançando um novo nível de camaradagem militar invencível”, disse ela ao ministro russo, segundo a agência.
A declaração ocorre em meio à confirmação, por parte de agências de inteligência ocidentais e da Coreia do Sul, de que a Coreia do Norte está enviando soldados à Rússia, que seriam usados na guerra contra a Ucrânia. Moscou e Pyongyang, no entanto, não falam sobre o assunto.
O suposto envolvimento da Coreia do Norte na guerra da Ucrânia elevaria o conflito para outro patamar. Embora países tenham fornecido armamento para ambos os lados, nenhum forneceu efetivo militar.
Com cerca de 1,3 milhão de membros ativos, a Coreia do Norte tem o quarto maior exército do mundo. As Forças Armadas do país empregam em torno de 5% da população — há ainda 600 mil reservistas.
Lavrov afirmou, de acordo com a agência de notícias estatal russa Tass, que os dois países estão no melhor momento de suas relações.
“Nos últimos anos, as relações bilaterais entre nossos países atingiram um ponto recorde, devido à atenção especial dada pelo presidente [Vladimir] Putin e pelo presidente de Assuntos de Estado [da Coreia do Norte] Kim Jong-un a essas relações.”
Em outubro, durante uma viagem de Putin a Pyongyang, Rússia e Coreia do Norte assinaram o chamado Tratado de Parceria Estratégica Abrangente, que prevê desenvolvimento de laços econômicos entre os dois países, cooperação técnico-militar e assistência militar mútua em caso de ataque a qualquer um dos signatários.
Lançamento de míssil
A poucos dias da eleição presidencial nos Estados Unidos, o país controlado por Kim Jong-un lançou, na quinta-feira (31), um míssil balístico intercontinental que alcançou uma altitude recorde: 7.000 km.
Segundo autoridades japonesas, o tempo de voo também foi o mais longo já registrado em um lançamento norte-coreano. O projétil foi lançado em direção ao mar do Japão e caiu no oceano, sem causar danos.