A Coreia do Norte segue desenvolvendo armas biológicas de forma clandestina, em desrespeito a tratados internacionais de desarmamento, segundo um novo relatório divulgado nesta segunda-feira (21) pelo Departamento de Estado dos Estados Unidos. O documento, que avalia o cumprimento global de acordos sobre controle de armas, afirma que Pyongyang mantém um programa nacional voltado à produção e ao uso ofensivo de agentes biológicos, o que representa uma violação direta da Convenção sobre Armas Biológicas (BWC).“As evidências indicam que a RPDC (República Popular Democrática da Coreia) possui capacidade técnica para produzir bactérias, vírus e toxinas com uso militar, além de empregar engenharia genética nesses materiais”, aponta o relatório. Além da capacidade de fabricação, o documento destaca que o regime de Kim Jong-un também estaria apto a utilizar sistemas de lançamento não convencionais, como pulverizadores e dispositivos de injeção, para empregar as armas de forma secreta. Embora tenha aderido à BWC em 1987, a Coreia do Norte nunca forneceu informações confiáveis sobre suas atividades. Seu único relatório à convenção foi entregue em 1990, em branco, sob a justificativa de que não havia nada a declarar. Desde então, o país se manteve em silêncio.De acordo com o governo dos EUA, há indícios de que o programa biológico norte-coreano remonta à década de 1960, configurando violações dos artigos I e II da convenção, que proíbem o desenvolvimento, produção e armazenamento de armas biológicas.Washington afirmou no texto que seguirá monitorando de perto a situação e avaliando possíveis respostas diplomáticas para lidar com o avanço do programa clandestino.O mesmo relatório também levanta preocupações com um acordo estratégico firmado entre Coreia do Norte e Rússia em 2024. O tratado prevê cooperação científica e tecnológica em áreas sensíveis, como biologia, inteligência artificial, exploração espacial e energia nuclear.Embora o documento apresente a parceria como pacífica, o Departamento de Estado alerta que algumas cláusulas podem violar o Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares (TNP), do qual a Rússia é signatária. O tratado proíbe que potências nucleares ajudem países sem armas atômicas oficiais, como a Coreia do Norte, a desenvolver ou adquirir tecnologia com fins militares.A natureza exata da cooperação nuclear entre Moscou e Pyongyang ainda está sendo analisada, mas autoridades americanas alertam que qualquer transferência de tecnologia nessa área pode ter sérias implicações legais. Fique por dentro das principais notícias do dia no Brasil e no mundo. Siga o canal do R7, o portal de notícias da Record, no WhatsApp