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Coreia do Norte lança dois mísseis e segue com testes de armas

Disparos foram detectados pela Coreia do Sul; este é o sexto teste armamentista realizado pelos norte-coreanos neste ano

Internacional|Do R7

Líder norte-coreano Kim Jong-un participa de reunião em Pyongyang
Líder norte-coreano Kim Jong-un participa de reunião em Pyongyang

A Coreia do Norte disparou, nesta quinta-feira (27), dois supostos mísseis balísticos. Foi o sexto teste de armas realizado pelo país neste ano, anunciaram as Forças Armadas da Coreia do Sul.

O Estado-Maior Conjunto da Coreia do Sul afirmou que detectou dois supostos mísseis balísticos de curto alcance disparados da cidade de Hamhung em direção ao Mar do Leste (Mar do Japão) por volta das 8h locais (20h de Brasília, quarta-feira). "Os projéteis viajaram 190 km a uma altura de 20 km", afirma um comunicado.

A última vez que a Coreia do Norte testou tantas armas em um mês foi em 2019, após o colapso das negociações entre o líder Kim Jong Un e o então presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. 

Desde então, as negociações com os Estados Unidos estagnaram e o país sofreu economicamente com duras sanções internacionais e suas medidas para conter a pandemia de Covid-19.


"Acredito que, se incluirmos os dois mísseis de cruzeiro, este já será o maior número de lançamentos de mísseis norte-coreanos em qualquer mês", afirmou no Twitter o analista Ankit Panda.

Pyongyang disparou dois mísseis de cruzeiro na terça-feira passada e realizou pelo menos quatro testes de armas adicionais neste mês, inclusive dois mísseis, que classificou de "hipersônicos", nos dias 5 e 11 de janeiro.


A série de testes gerou condenações internacionais e motivou uma reunião do Conselho de Segurança da ONU.

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O governo dos Estados Unidos também anunciou novas sanções em resposta aos testes, o que provocou uma resposta da Coreia do Norte, que na semana passada sugeriu que retomaria seus testes de armas nucleares e de longo alcance.


Pyongyang não realiza testes de mísseis balísticos intercontinentais ou nucleares desde então e tem respeitado uma moratória autoimposta, mesmo após o congelamento do diálogo com os Estados Unidos.

'Novas capacidades'

Os testes ocorrem em um momento delicado para a região, com a China, o único grande aliado da Coreia do Norte, se preparando para sediar os Jogos Olímpicos de Inverno em fevereiro e a Coreia do Sul organizando as eleições presidenciais em março.

"O regime de Kim desenvolve uma variedade impressionante de armas, apesar dos recursos limitados e dos sérios desafios econômicos", comentou Leif-Eric Easley, professor da Universidade Ewha, em Seul.

"Certos testes norte-coreanos visam desenvolver novas capacidades, especialmente para evitar as defesas antimísseis", acrescentou Easley. "Outros lançamentos buscam mostrar a preparação e versatilidade das forças de mísseis que a Coreia do Norte já usou."

No poder há uma década, Kim lidera uma economia afetada pela Covid, que enfrenta uma escassez grave de alimentos, agravada pelas sanções internacionais motivadas por seus programas armamentistas.

A crise poderia explicar por que a Coreia do Norte executou todos esses testes nas últimas três semanas, disseram analistas, indicando que uma demonstração dramática de poder militar oferece a Kim uma vitória política antes de vários aniversários locais.

O país se prepara para comemorar o 80º aniversário de nascimento do pai de Kim, o falecido Kim Jong Il, em fevereiro, bem como o 110º aniversário de seu avô, o fundador do país, Kim Il Sung, em abril.

A Coreia do Norte também pode fazer testes antes dos Jogos de Inverno de Pequim, que começam na próxima semana, para não aborrecer a aliada China com o lançamento de mísseis durante o evento.

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