Crise se agrava na família real da Dinamarca, após rainha Margarida 2ª retirar títulos de 4 netos
"Relação complicada", diz Joaquim, caçula da monarca e pai dos príncipes que deixarão de fazer parte da realeza em janeiro
Internacional|Do R7, com AFP
A crise na família real dinamarquesa se aprofundou neste sábado (1), com as declarações do príncipe Joaquim, de 53 anos, e de sua mulher, Marie, 46, sobre a decisão da rainha Margarida 2ª de retirar os títulos reais de quatro de seus netos. Na quarta-feira (28), a monarca anunciou a remoção dos títulos de príncipe e princesa, assim como o uso de 'Sua Alteza', de Nicolau, 23, Félix, 20, Henrique 13, e Athena, 10, todos filhos de Joaquim.
"Sua Majestade, a rainha, deseja criar um marco, a partir do qual esses quatro netos possam moldar suas próprias vidas, sem serem limitados pelas considerações e obrigações particulares que uma afiliação formal à Casa Real implica", diz a declaração.
O príncipe Joaquim é o segundo filho da rainha, que também é mãe de Frederico, 54, herdeiro do trono.
Em entrevista ao jornal dinamarquês B.T. neste sábado, o Joaquim lamentou não ter notícias de sua mãe ou de seu irmão desde o anúncio da decisão. "Eles também são família. Ou o que poderíamos chamar assim", disse. "É complicado, só isso", falou ao tablóide, sobre a relação entre eles, em entrevista de Paris, onde mora.
Casada com Joaquim desde 2007, a francesa Marie Cavallier, princesa da Dinamarca e mãe de Henrique e Athena, também descreveu seu relacionamento com o futuro rei Frederico e sua esposa, a princesa Mary, como "complicado".
Nicolau e Félix são filhos do príncipe Joaquim com sua primeira esposa, Alexandra Manley, condessa de Frederiksborg, e trabalham atualmente como modelos.
Leia também
A decisão da rainha Margarida 2ª, de 82 anos, começa a valer no início do próximo ano e não afeta os quatro filhos de Mary e Frederico, o príncipe Christian, 16 anos, a princesa Isabella, 15, e os gêmeos Vicente e Josefina, 11 anos, que mantêm seus títulos reais e continuam a integrar a realeza.
“Sua Majestade decidiu que, a partir de 1º de janeiro de 2023, os descendentes de Sua Alteza Real, o príncipe Joaquim, só poderão usar seus títulos de Conde e Condessa de Monpezat, anteriores aos títulos de Príncipe e Princesa da Dinamarca, que vão expirar", diz o comunicado.
O documento também informa que "os descendentes do príncipe Joaquim terão de ser tratados como Excelências", e que a decisão da rainha segue adaptações realizadas por outras casas reais nos últimos anos.
"Todos os quatro netos mantêm seus lugares na ordem de sucessão", concluiu o comunicado.
Apesar de ter o objetivo de dar aos netos mais liberdade e autonomia, o comunicado não agradou os pais dos príncipes, que alegam não terem participado da decisão.
Margarida é, atualmente, a monarca mais longeva da Europa, e a que está há mais tempo no trono. É a filha mais velha de Frederico 9º da Dinamarca e de Ingrid da Suécia, e se tornou herdeira do trono em 1953, graças a uma emenda constitucional, que autorizou as mulheres a ocuparem a primeira posição na linha sucessória.
Ela foi coroada rainha da Dinamarca após a morte de seu pai, em janeiro de 1972. Neste ano, seu reinado completa 50 anos, o Jubileu de Ouro.