O engenheiro aeroespacial Nick Underwood voou através do furacão Ian nas primeiras horas da manhã da última quarta-feira (28) e disse que o voo foi "o pior de sua carreira".
"Este voo pelo Ian foi o pior em que já estive. Nunca vi tantos raios em um olho de um furacão", postou ele no Twitter.
Underwood, que trabalha para a NOAA (Administração Nacional Oceânica e Atmosférica, na sigla em inglês), postou um vídeo de dois minutos e 20 segundos do voo tenso.
No registro, é possível ver as pessoas sendo jogadas dos assentos e até um beliche sendo derrubado enquanto relâmpagos atravessam as janelas.
"Estamos bem, estamos bem", diz uma voz. "O 'estamos bem' foi para mim", postou Underwood, também observando que o vídeo foi "editado para o idioma".
Ele ainda disse no Twitter que voa em tempestades há seis anos. "Quando digo que este foi o voo mais difícil da minha carreira até agora, estou falando sério. Nunca vi os beliches saírem assim. Havia café por toda parte. Nunca senti um movimento lateral tão grande", postou.
De acordo com o site de rastreamento de voos FlightAware, o voo de Underwood decolou de Houston às 2h55 (4h55, no horário de Brasília) na quarta-feira (28) e retornou seis horas e 47 minutos depois.
A aeronave, Kermit, é um Lockheed WP-3D Orion, que ajuda a coletar dados usados na pesquisa e na previsão de ciclones tropicais.
Underwood também enfatizou que os voos de caça aos furacões têm uma missão."Quero enfatizar que não fazemos isso por diversão. É um serviço público. Vamos até lá para coletar dados sobre a tempestade que podem manter as pessoas em terra seguras", escreveu ele.
*Estagiária do R7, sob supervisão de Pablo Marques
Na tarde e noite desta quarta-feira (28), o furacão Ian atingiu fortemente a Flórida, nos Estados Unidos. Apesar de ter perdido intensidade, a tempestade provocou chuvas torrenciais e ventos potentes de 185 km/h (com rajadas de até 240 km/h), o que gerou inundações "catastróficas" e corte de energia elétrica na região, segundo autoridades locais. A Guarda Costeira procurava 20 migrantes desaparecidos após um naufrágio ao sul da rota do furacão. Três pessoas foram resgatadas e quatro conseguiram nadar até a costa. Na foto, desta quinta (29), homem anda entre destroços causados pelos ventos na cidade de Punta Gorda (Flórida)