Cuba acusa EUA de preparar intervenção na Venezuela
Declaração do governo cubano argumentou que o país de Trump está posicionando as forças armadas para mais perto do país sul-americano
Internacional|Do R7
Cuba acusou os Estados Unidos, nesta quinta-feira (14), de estarem posicionando forças especiais mais perto da Venezuela em segredo como parte de um plano para intervir no país sul-americano com o pretexto de uma crise humanitária.
Uma "Declaração do Governo Revolucionário" argumentou que eventos recentes no país equivalem a uma tentativa de golpe que falhou até agora.
O governo do presidente dos EUA, Donald Trump, vem tentando pressionar o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, para que renuncie e ceda o poder a Juan Guaidó, líder da Assembleia Nacional da Venezuela.
Guaidó invocou uma cláusula constitucional para se autoproclamar presidente interino três semanas atrás, argumentando que a eleição que reelegeu Maduro no ano passado foi uma farsa.
Estes acontecimentos, disse a declaração cubana, levaram Washington a impor sanções drásticas, causando danos "mil vezes maiores" do que a ajuda que está tentando impor à Venezuela.
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"Entre 6 e 10 de fevereiro, aeronaves militares de transporte voaram para o Aeroporto Rafael Miranda de Porto Rico, para a Base Aérea de San Isidro, na República Dominicana, e para outras ilhas caribenhas localizadas estrategicamente, provavelmente sem o conhecimento dos governos destas nações", afirmou a declaração.
"Estes voos decolaram de instalações militares americanas a partir das quais unidades de Operações Especiais e do Corpo de Fuzileiros Navais operam, que são usadas para ações sigilosas."
A Venezuela, uma grande produtora de petróleo, está sendo assolada por uma crise econômica grave. A queda dramática na produção e uma inflação de seis dígitos estão erodindo os meios de vida da população, e cerca de três milhões de pessoas já partiram para países vizinhos em busca de sustento.
Cuba é uma das maiores apoiadoras do governo venezuelano desde o início da chamada Revolução Bolivariana sob o comando do falecido líder Hugo Chávez em 1998.
A maioria dos países ocidentais, incluindo os EUA, e latino-americanos reconheceram Guaidó como chefe de Estado legítimo da Venezuela e prometeram milhões de dólares em ajuda humanitária, que começou a chegar à fronteira com a Colômbia e o Brasil.
O governo Maduro ainda conta com o apoio de Rússia, China entre outras nações e controla instituições estatais, inclusive as Forças Armadas.
Na terça-feira Guaidó disse que a ajuda humanitária entraria pela fronteira apesar das objeções de Caracas, armando um confronto em potencial.
Nesta quinta-feira, Cuba disse estar claro que os EUA querem "estabelecer um corredor humanitário à força sob proteção internacional, invocando a obrigação de proteger civis e adotando todas as medidas necessárias".