Cubanos pedem que bloqueio seja suspenso durante pandemia
Petição assinada por cubanos que moram nos EUA solicita a Trump que suspenda sanções financeiras à ilha por conta do coronavírus
Internacional|Da EFE
Um grupo de cubanos moradores dos EUA começou uma campanha online, que pede para o presidente Donald Trump suspender as sanções econômicas contra Cuba, endurecidas na atual administração, enquanto durar a pandemia de coronavírus que assola o mundo. A petição já acumula 7.5 mil assinaturas.
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"Caro presidente: Diante da emergência mundial pela praga do coronavírus, imploramos que suspenda as sanções comerciais e financeiras estabelecidas pelos EUA contra Cuba. Essas limitações, entre outras coisas, dificultam ou impedem que Cuba adquira equipamentos médicos, alimentos e remédios", diz o texto da campanha.
Os signatários, que se definem como pessoas "de diferentes crenças políticas ou religiosas, o que nos une é o desejo de paz e reconciliação", pedem que enquanto dure a pandemia, Washington "estenda uma mão amiga e solidária ao povo cubano".
"Se isso não for feito, pode se desencadear uma crise humanitária de consequências incalculáveis em Cuba. Acreditamos que, nesta hora dolorosa, as considerações políticas devem dar lugar às considerações humanas", continua o texto.
Até o momento, o país caribenho tem 80 casos confirmados de covid-19, duas mortes e quatro pacientes tiveram alta médica.
Entre as medidas impostas pelo governo para prevenir um surto do vírus, está incluso o fechamento das fronteiras a estrangeiros não-residentes, uma decisão difícil para uma economia que depende em larga medida do turismo.
Relação complicada
As já complexas relações entre EUA e Cuba hoje atravessam um de seus piores momentos. O caminho para a "normalização", depois do restabelecimento oficial de conversas bilaterais em 2015 foi parado com a chegada de Trump à Casa Branca dois anos depois.
Nos últimos meses, o governo norte-americano intensificou sua hostilidade contra Havana por um suposto apoio logístico a Nicolás Maduro na Venezuela.
Buscam aumentar a pressão econômica sobre o governo cubano aplicando novas sanções, proibições de viagens e limitações de voos à ilha, endurecendo um embargo financeiro que já dura seis décadas e golpeando duramente a frágil economia da ilha.
Os EUA também intensificaram seus ataques contra a exportação de serviços profissionais de Cuba, sua segunra maior fonte de renta. Essas críticas se dirigem sobretudo às missões médicas que a ilha promove no exterior, que Washington afirma que funcionam em "condições de escravidão".
Cuba não fica atrás na dura retórica contra seu inimigo histórico e considera "particularmente ofensivas" em "um momento de pandemia" as duras acusações dos EUA contra a ajuda internacional que a ilha fornece atualmente em vários países afetados pelo coronavírus.