De Klerk: "Foi um 'honra' trabalhar com Mandela

Johanesburgo, 6 dez (EFE).- O último presidente do regime racista sul-africano do "apartheid", Frederick De Klerk, afirmou hoje que foi um "honra" trabalhar com seu sucessor no cargo, Nelson Mandela. "Foi uma honra para mim ter podido trabalhar com o senhor Mandela no processo que conduziu à adoção de uma Constituição interina e nossas primeiras eleições democráticas em abril de 1994", afirmou De Klerk em comunicado. "Embora fôssemos adversários políticos e nossa relação tenha sido frequentemente turbulenta, sempre fomos capazes de nos unir em momentos cruciais para resolver muitas crises que surgiram durante o processo de negociação" que desembocou no estabelecimento da democracia multirracial, acrescentou o antigo estadista. Mandela, que morreu nesta quinta-feira aos 95 anos, compartilhou com De Klerk o prêmio Nobel da Paz em 1993. A Academia Sueca premiou ambos os líderes em reconhecimento por seu trabalho para a transição à democracia e à convivência pacífica entre raças na África do Sul. Presidente do país entre 1989 e 1994, De Klerk libertou Mandela da prisão após 27 anos de detenção por causa de suas atividades contra o sistema segregacionista do "apartheid". O último líder branco da África do Sul administrou o desmantelamento ordenado do regime e negociou com o anteriormente proibido Congresso Nacional Africano (CNA) de Mandela e outros grupos uma nova Constituição para acabar com a discriminação racial. Nelson Mandela sucedeu De Klerk em 1994, ao vencer as primeiras eleições multirraciais da história sul-africana e fechar assim o ciclo de uma transição exemplar. EFE mg-pa/ma