Deputado dos EUA com origem brasileira teria mentido sobre mãe ser sobrevivente do 11 de Setembro
Em 2003, Fatima Devolder disse à imigração americana que tinha ido ao país pela última vez em 1999, contrariando George Santos
Internacional|Do R7
O deputado dos Estados Unidos com origem brasileira, George Santos, voltou a ser alvo da imprensa americana nesta quarta-feira (18) após um veículo local descobrir mais uma mentira do republicano durante a campanha.
Segundo a publicação Forward, a mãe de Santos não é uma sobrevivente dos atentados de 11 de setembro de 2001, como ele havia dito aos eleitores do 3º distrito de Nova York. O veículo teve acesso a dados de imigração da mãe do republicano, Fatima Devolder, nos quais ela afirmou, em 2003, que não ia aos EUA desde 1999.
Ainda de acordo com a Forward, Santos disse durante a campanha que a nuvem de cinzas causada pela queda dos dois prédios foi responsável pela morte da mãe de câncer em 2016, 15 anos após o atentado terrorista.
Esta história é apenas uma das tantas mentiras que Santos contou durante o processo eleitoral. O republicano foi exposto, pela primeira vez, pelo The New York Times, que indicou inconsistências no currículo do então recém-eleito deputado à Câmara dos Representantes.
Segundo a reportagem, o político de 34 anos mentiu sobre uma licenciatura em finanças no Baruch College, em 2010, e sobre experiências profissionais no Citigroup Bank e no Goldman Sachs Investment Bank. Santos negou as afirmações do jornal, mas confessou o erro e disse que queria “embelezar” o currículo.
O deputado também declarou durante a campanha que tinha origem judia, algo que foi desmentido posteriormente. Tanto ele quanto a família são cristãos.
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Após o surgimento dos escândalos nos Estados Unidos, o MPRJ (Ministério Público do Rio de Janeiro) desarquivou um processo no qual Santos é acusado de estelionato. Segundo o órgão, o republicano teria feito compras de mais de R$ 2.000 com cheques de terceiros em Niterói, região metropolitana do Rio de Janeiro.
O MPRJ explicou que o processo havia sido arquivado porque a instituição não conseguia localizar Santos. Entretanto, com o cargo público nos EUA, o deputado passava a ter um endereço fixo.
As polêmicas envolvendo o deputado fizeram com que republicanos e democratas exigissem a renúncia de Santos à cadeira da Câmara. Relutante no início, o político afirmou que pode deixar o cargo, mas não disse sob quais circunstâncias.