Filho de brasileiros eleito para Congresso dos EUA é acusado de mentir sobre biografia
Uma instituição de ensino negou possuir no arquivo registros de que George Santos concluiu um curso no local
Internacional|Do R7
O americano de origem brasileira George Santos, eleito para o Congresso dos Estados Unidos, mentiu sobre o próprio currículo, segundo investigação do jornal The New York Times, o que levou um adversário político a exigir dele a renúncia antes mesmo de assumir o cargo.
Santos, um republicano eleito para a Câmara dos Representantes pelo 3º distrito do estado de Nova York, derrotou o democrata Robert Zimmerman nas eleições de meio de mandato de 8 de novembro.
Mas o New York Times revelou que Santos, filho de imigrantes brasileiros nascido no Queens e um candidato abertamente gay, pode ter mentido em vários pontos de sua biografia — alegação que ele tachou de caluniosa.
Santos disse não ter ficado surpreso de ter "inimigos no New York Times tentando manchar seu bom nome com essas acusações difamatórias", de acordo com nota divulgada por Joseph Murray, advogado do congressista eleito.
Segundo a reportagem, Santos mentiu sobre uma licenciatura em finanças no Baruch College, de Nova York, em 2010, e sobre experiências profissionais no Citigroup Bank e no Goldman Sachs Investment Bank.
Porta-vozes dessas três entidades garantiram ao jornal que não encontraram registros de Santos, que deve tomar posse em Washington no início de janeiro.
O Baruch College confirmou à AFP que não encontrou nos arquivos um George Santos graduado por volta de 2010.
Além disso, o jornal americano pôs em dúvida o funcionamento da instituição de caridade Friends of Pets United, supostamente dirigida por Santos, e apontou que a Devolder Organization, uma consultora, "é um mistério".
No balanço financeiro apresentado à Câmara em setembro, o legislador eleito afirma que a empresa pagou a ele um salário de 750 mil dólares e dividendos entre 1 e 5 milhões de dólares.
A reportagem, porém, indica que o formulário não inclui "nenhuma informação sobre clientes que possam ter contribuído para essa quantia, uma aparente violação da exigência de divulgar qualquer compensação de mais de 5.000 dólares de uma única fonte".
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"A verdade é que Santos mentiu totalmente para os eleitores [...] e não merece representar Long Island e Queens", reagiu Zimmerman.
O democrata pediu a renúncia de Santos e uma "investigação imediata por parte da Comissão de Ética da Câmara dos Representantes e da Comissão Eleitoral Federal".
No estado de Nova York, considerado pró-Democratas, várias cadeiras da Câmara passaram para os republicanos em novembro, o que contribuiu para uma apertada maioria. Os democratas, no entanto, mantiveram o controle do Senado.