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Descontentamento cresce no Peru enquanto sucessora de Castillo negocia novo governo

Os apoiadores do ex-presidente exigem a libertação dele e convocam a realização de novas eleições

Internacional|

Dina Boluarte tomou posse após tentativa de golpe e prisão de Castillo
Dina Boluarte tomou posse após tentativa de golpe e prisão de Castillo Dina Boluarte tomou posse após tentativa de golpe e prisão de Castillo

A nova presidente do Peru, Dina Boluarte, anunciou que formará um novo governo neste sábado (10), após a destituição e a prisão de Pedro Castillo, acusado de tentativa de golpe. O descontentamento, no entanto, cresce nas ruas, onde apoiadores do ex-presidente exigem a sua libertação e a convocação de eleições.

Na última sexta-feira (9), Dina não descartou convocar eleições antecipadas em busca de uma saída pacífica para a crise política e pediu calma à população, em meio aos protestos que exigem um novo Congresso. "Se a sociedade e a situação exigirem, vamos antecipar as eleições em conversas com as forças democráticas do Congresso", declarou, após assegurar que formará seu gabinete no sábado.

"Faço um apelo às irmãs e aos irmãos que estão saindo em protesto para pedir que nos acalmemos", afirmou a presidente, após confrontos violentos entre manifestantes pró-Castillo e a polícia na quinta-feira (8) à noite em Lima, a capital do país.

Dois dias após sua fracassada tentativa de golpe, Castillo se encontra no mesmo centro de detenção que o ex-presidente Alberto Fujimori, na base das forças especiais da polícia, localizada no leste de Lima. O Ministério Público o acusa de rebelião e conspiração, e um tribunal superior determinou que fique sete dias em prisão preventiva.

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Nas ruas, as manifestações se mantêm pelo segundo dia e alimentam a incerteza ligada à possibilidade de Dina Boluarte conseguir concluir seu mandato em 2026, como ela mesma anunciou ao tomar posse, na quarta-feira (7).

Em Lima, centenas de pessoas saíram em passeata exigindo a libertação de Castillo. "Votei nele, este Congresso não nos representa, queremos a sua liberdade", disse à AFP Maribel Quispe. "Queremos que fechem este Congresso corrupto e libertem Castillo. Ele decidiu fechar o Congresso porque não o deixavam trabalhar", protestou Sara Medina.

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Dezenas de policiais fecharam as avenidas que levam ao Parlamento para impedir a passagem dos manifestantes, que queimaram cartazes com a imagem da presidente Dina, aos gritos de "golpista!".

As manifestações se repetiram no interior do país, onde dezenas de pessoas bloquearam pelo segundo dia diferentes trechos da rodovia Pan-Americana Sul com pedras, troncos e pneus em chamas, exigindo eleições gerais e o fechamento do Congresso. A Defensoria do Povo fez um apelo "por tranquilidade e por responsabilidade a todos os cidadãos".

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Dina Boluarte participou de uma cerimônia do Exército peruano na sexta-feira para o 198º aniversário da Batalha de Ayacucho, que selou o fim do domínio colonial da Espanha na América Latina.

"Deixemos para trás os capítulos do confronto, dos infelizes acontecimentos que quiseram quebrar a democracia e das aventuras que não geraram estabilidade. É agora ou nunca. O Peru não pode parar", disse Dina aos militares, que não apoiaram o golpe.

Castillo tentou dissolver o Legislativo e governar por decreto, mas suas ordens foram ignoradas pelo Congresso e pelas Forças Armadas.

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