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Dia de violência entre Israel e Hamas deixa 20 mortos em Gaza

Tensões em Jerusalém se transformam em violência com foguetes lançados contra Israel e bombardeios em território palestino

Internacional|Da AFP

Ataques aéreos israelenses foram em resposta a foguetes lançados pelo Hamas
Ataques aéreos israelenses foram em resposta a foguetes lançados pelo Hamas

O Hamas anunciou ter disparado cerca de 100 foguetes contra o território israelente depois que pelo menos 20 pessoas, incluindo 9 crianças e um comandante do movimento islâmico, foram mortas em bombardeios feitos por Israel no norte da Faixa de Gaza nesta segunda-feira(10), disseram as autoridades locais, em mais um dia de violência.

Leia também: Israel acusa Hamas de provocar tumultos em Jerusalém

O ataque "tinha como alvo o comandante das Brigadas Al Qasam (braço armado do Hamas) Muhamad Fayad em Beit Hanun, no norte da Faixa de Gaza", disse uma fonte do movimento islâmico, confirmando a morte deste alto funcionário. Outras 65 pessoas ficaram feridas.

O exército israelense confirmou que realizou os ataques no norte do enclave e teve como alvo um comandante do Hamas, mas não pôde "confirmar ou não" que essas mortes estiveram relacionadas à ofensiva.


Salvas de foguetes foram disparadas da Faixa de Gaza contra Israel nesta segunda-feira, no final de um novo dia de violência em Jerusalém Oriental, onde confrontos entre palestinos e policiais israelenses deixaram mais de 300 feridos.

Sirenes de alarme soaram em Jerusalém, onde o Muro das Lamentações foi evacuado.


O movimento islâmico armado Hamas, no poder na Faixa de Gaza, ameaçou Israel caso suas forças não se retirassem nesta segunda-feira à noite da Esplanada das Mesquitas, um lugar ultrassensível entre palestinos e israelenses no centro da cidade Velha de Jerusalém.

O Hamas deu a Israel "até as 18h desta noite (segunda-feira às 12h de Brasília) para retirar seus soldados" da Esplanada das Mesquitas e do bairro Sheikh Jarrah em Jerusalém Oriental, advertiu o porta-voz do braço em nota.


Às 18h, foguetes foram lançados do leste e do norte da Faixa de Gaza em direção a Israel.

No dia anterior, balões incendiários e foguetes foram lançados do enclave palestino para o território do sul de Israel em apoio aos manifestantes de Jerusalém.

Dois dos sete foguetes foram interceptados pelo sistema antimíssil israelense.

Em retaliação, o exército disparou contra os "postos militares" do Hamas em Gaza e fechou a passagem de fronteira de Erez, a única que permite que os habitantes de Gaza entrem em Israel.

Os disparos são registrados no quarto dia de confrontos entre palestinos e forças de segurança israelenses em Jerusalém Oriental, um setor palestino da cidade ocupado ilegalmente e anexado por Israel.

Mais de 300 feridos

Pela manhã, centenas de palestinos dispararam projéteis contra as forças de segurança israelenses na Esplanada das Mesquitas.

Os policiais responderam com balas de borracha e gás lacrimogêneo, atirando inclusive para dentro das mesquitas.

À tarde, a situação estava mais calma, mas a tensão ainda era evidente. No início da noite, houve um grande foco de incêndio no local.

O Crescente Vermelho Palestino relatou mais de 305 palestinos feridos, dos quais mais de 200 tiveram que ser evacuados por ambulâncias.

A polícia israelense, que advertiu para não deixar "extremistas ameaçarem a segurança do público", relatou nove policiais feridos.

Esses confrontos coincidiram com a celebração nesta segunda-feira, de acordo com o calendário hebraico, do "Dia de Jerusalém" que marca a conquista da parte oriental da cidade por Israel em 1967.

A "marcha de Jerusalém", muitas vezes envolvida em distúrbios e que reuniu milhares de israelenses na Cidade Velha, foi finalmente cancelada.

"Não dançaremos em uma Jerusalém dividida", disse a organização Am Kalavi. A polícia pediu aos palestinos que não saíssem de suas casas para evitar a violência.

Diante do aumento da violência, o Conselho de Segurança da ONU, a pedido da Tunísia, deve se reunir nesta segunda-feira para tratar da situação em Jerusalém Oriental.

Apelos internacionais

Em meio a crescentes apelos internacionais por calma, o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu elogiou nesta segunda-feira a "firmeza" das forças de segurança para garantir a "estabilidade" em Jerusalém e criticou a cobertura "enganosa" da "mídia internacional".

Por sua vez, a Autoridade Palestina de Mahmoud Abas denunciou "uma agressão bárbara" das forças israelenses.

Na sexta-feira à noite, mais de 200 pessoas ficaram feridas em confrontos entre policiais e palestinos na esplanada, nos confrontos mais violentos desde 2017 neste setor.

No sábado e no domingo, a calma voltou à praça, mas a luta se espalhou para outras áreas de Jerusalém Oriental, onde mais de 100 pessoas ficaram feridas, segundo o Crescente Vermelho.

Uma das causas da recente tensão em Jerusalém Oriental é o futuro de várias famílias palestinas do bairro Shaykh Jarrah, ameaçadas de expulsão em benefício dos colonos israelenses. Nesse contexto, a justiça israelense adiou uma audiência sobre o caso marcada para esta segunda-feira.

Os Estados Unidos, o principal aliado de Israel, pediram a "autoridades israelenses e palestinas que ajam para acabar com a violência" e expressaram preocupação com "a possível expulsão das famílias palestinas do xeque Jarrah".

"As duas partes devem desescalar, reduzir as tensões, dar passos práticos para acalmar as coisas", disse o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, que recebeu em Washington sua contraparte jordaniana.

A União Europeia e vários países árabes pediram calma e moderação. A Turquia prometeu fazer todo o possível "para acabar com o terrorismo e a ocupação israelense".

Na Jordânia, país em paz com Israel desde 1994, mais de 1.500 pessoas se manifestaram nesta segunda-feira para exigir a "expulsão" do embaixador israelense.

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