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Doença desconhecida mata mais de 50 pessoas no Congo

Surto no noroeste do país, que começou em janeiro, tem sintomas graves e rápida evolução

Internacional|Do R7

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Família deslocada em frente a um abrigo improvisado em Goma, na província de Kivu do Norte, por causa dos conflitos na região Divulgação/Jospin Benekire/Unicef

Ao menos 53 pessoas morreram no noroeste da República Democrática do Congo (RDC) por causa de uma doença desconhecida que começou a se propagar no país em 21 de janeiro, anunciou a OMS (Organização Mundial da Saúde) nesta segunda-feira (24).

O que mais preocupa os especialistas é a rapidez com que a doença evolui. Na maioria dos casos, o intervalo entre o aparecimento dos sintomas e a morte é de apenas 48 horas. Ao menos 419 pessoas já foram infectadas.


“Isso é realmente preocupante”, disse Serge Ngalebato, diretor médico do Hospital Bikoro, um centro regional de monitoramento, à agência de notícias Associated Press.

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O primeiro surto da doença foi registrado na cidade de Boloko, após três crianças morrerem 48 horas depois de consumirem um morcego e apresentarem sintomas de febre hemorrágica, segundo o escritório OMS na África.


Um segundo foco surgiu em 9 de fevereiro na cidade de Bomate, intensificando os esforços para entender a origem da doença, que, até então, permanece desconhecida, de acordo com as autoridades.

Investigação em andamento

A OMS disse que amostras de 13 pacientes foram enviadas para análise no Instituto Nacional de Pesquisa Biomédica, em Kinshasa, capital do Congo, depois dos casos em Bomate.


Os testes descartaram Ebola e outras febres hemorrágicas conhecidas, como Marburg, mas algumas amostras indicaram a presença de malária. No entanto, os especialistas ainda não chegaram a uma conclusão definitiva sobre a causa do surto.

A possibilidade de transmissão de animais para humanos está no centro das investigações. Em regiões onde o consumo de animais selvagens é comum, como no Congo, doenças zoonóticas têm se tornado uma preocupação crescente.


Segundo a OMS, o número de surtos desse tipo na África aumentou mais de 60% na última década, um dado destacado em um relatório divulgado pelo órgão em 2022.

Crises múltiplas

O atual surto não é um caso isolado. Em 2024, outra doença misteriosa, com sintomas semelhantes aos da gripe, matou dezenas de pessoas em uma região diferente do Congo e foi associada à malária grave.

Além disso, o país enfrenta desafios adicionais, como um surto de mpox (varíola dos macacos) e um conflito armado com rebeldes que, segundo a ONU (Organização das Nações Unidas), são apoiados por Ruanda, o que dificulta a resposta das autoridades de saúde.

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