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Egito: 92% das mulheres casadas sofreram mutilação genital

Prática foi banida do país em 2008, mas ainda é realizada, principalmente na área rural 

Internacional|Do R7

Garotinha é submetida à mutilação genital feminina
Garotinha é submetida à mutilação genital feminina

No domingo (10), o ministro da Saúde do Egito, Adel Adawy, anunciou números alarmantes sobre mutilação genital feminina (FGM, sigla em inglês para Female Genital Mutilation) em seu país: 92% das mulheres casadas foram mutiladas.

O resultado foi apresentado durante conferência sobre Demografia e Pesquisa de Saúde do Egito, baseado em dados de 2014.

Segundo a pesquisa, 92% das mulheres entre 15 e 49 anos que casaram sofreram mutilação genital (violação dos direitos humanos, a mutilação consiste na remoção parcial ou total dos órgãos genitais das meninas com lâminas comuns, sem anestesia ou assepsia).

Dolorosa e traumática, mutilação genital foi realizada em mais de 140 milhões de meninas e mulheres


Militantes ordenam mutilação genital feminina do Iraque

No Egito, a maioria das mulheres passam por este sofrimento entre 9 e 12 anos, e apenas 31% das cirurgias são feitas por médicos. O restante da população, que não tem acesso aos consultórios e hospitais, recorre às parteiras ou aos chamados ‘barbeiros da saúde’.


Adawy acrescentou que nas áreas rurais o número salta para 95%, comparado aos 39,3% da área urbana.

A pesquisa ainda revelou que 50% das mulheres egípcias casadas defendem a mutilação e está em acordo com os ensinamentos religiosos, enquanto apenas 30% acredita que a FGM deve ser proibida.


Apesar de muitas mulheres acreditarem que a mutilação é tolerada pelo islamismo, a maior autoridade do islamismo do Egito condenou a prática dizendo que é um procedimento “não islâmico” e “que é uma barbárie”, segundo o site Egytian Streets.

Além disso, o país proibiu a mutilação em 2008. O artigo 242 do Código Penal do Egito criminaliza a circuncisão de meninas. A pena para quem descumprir é lei varia de 3 meses a 2 anos de prisão, ou uma multa 5 mil libras egípcias, ou cerca de R$ 2.000.

Em janeiro deste ano, o tribunal egípcio prendeu o primeiro médico por praticar a mutilação genital feminina. A cirurgia levou à morte a jovem Sohair al-Bata’a, de 13 anos.

O médico foi sentenciado a 2 anos de prisão de trabalho forçado por homidício, e três meses para fazer a mutilação, e multa de cerca de R4 200.

O pai da menina também foi condenado a três meses de prisão por permitir que sua filha passasse pelo procedimento.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde, Egito, Somália, Guiné, Serra Leoa e Djibuti têm as maiores taxas de mutilação do mundo. Em 2013, a Unicef constatou que o Egito é o país que mais pratica mutilação no mundo, com 27,2 milhões de mulheres.

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