Eleições nos EUA: Somali é primeira refugiada a tornar-se deputada
Ilhan Omar, nascida na Somália, foi eleita por Minessotta e também é uma das primeiras congressistas muçulmanas da história dos EUA
Internacional|Beatriz Sanz, do R7
Ilhan Omar chegou aos EUA com 12 anos, fugindo de uma guerra civil na Somália, seu país natal, e da fome em um campo de refugiados no Quênia. Segundo a imprensa americana, ela só conseguia pronunciar duas frases em inglês: Hello (Olá) e shut up (cala a boca). Nas eleições legislativas dos EUA realizadas nesta terça-feira (6), enfrentou e venceu um novo desafio.
Ilhan tornou-se uma das primeiras congressistas muçulmanas, a primeira mulher negra a representar o Estado da Minnesota e a primeira ex-refugiada com cidadania africana no Congresso dos EUA.
Aos 35 anos, ela é graduada em Ciência Política e Estudos Internacionais e já era congressista distrital em Minnesota.
Nas primárias pela indicação do partido democrata, Omar derrotou cinco oponentes. O que chegou mais próximo dela, perdeu por mais de 20 mil votos de diferença.
Somália na lista dos vetos migratórios
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A Somália é um país na costa leste do continente africano, que faz divisa com o Quênia e a Etiópia.
É um país costumeiramente lembrado pelos ataques piratas que acontecem em suas águas e pelos atentados terroristas de grandes proporções. Foi uma das nações chamadas de “países de merda” pelo presidente Donald Trump.
Com uma população majoritariamente muçulmana, o país também está na lista do veto migratório. Ou seja, atualmente, imigrantes e refugiados somali (como Omar foi) não podem entrar nos EUA, por uma decisão do presidente norte-americano.
Por todas essas razões, Ilhan Omar está sendo retratada na mídia americana como um pesadelo para Donald Trump.
Rashida Tlaib
Além de Omar, a ex-congressista estadual do Michigan, Rashida Tlaib, também concorre a uma vaga no Congresso norte-americano, em uma eleição que conta com número recorde de mulheres candidatas.
Tlaib também é muçulmana e é filha de refugiados palestinos, porém nascida nos EUA. Ela já é considerada praticamente eleita, já que não tem concorrentes à vaga que disputa.
As duas candidatas têm a missão de mudar a cara da Câmara dos Representantes e agenda de um congresso que até então tinha predominância conservadora.