Em visita a Bucha, secretário-geral da ONU diz que 'guerra é inaceitável no século 21'
António Guterres pediu cooperação da Rússia em investigação por possíveis crimes de guerra na Ucrânia e ainda hoje vai encontrar o presidente Volodmir Zelenski
Internacional|Do R7
O secretário-geral da ONU, António Guterres, disse que "a guerra é um absurdo no século 21. A guerra é o mal. Não há como uma guerra ser aceitável no século 21". As afirmações foram feitas durante sua visita à cidade de Bucha, localidade do subúrbio de Kiev que virou símbolo das atrocidades cometidas durante a invasão russa.
Guterres ainda fez um apelo à Rússia para que "aceite cooperar" com a investigação do TPI (Tribunal Penal Internacional) por possíveis crimes de guerra na Ucrânia.
"Quando vemos este lugar horrível, entendo como é importante ter uma investigação completa e estabelecer as responsabilidades. Peço à Rússia que aceite cooperar com o TPI", declarou Guterres.
As autoridades ucranianas acusam as tropas russas de massacrar civis em Bucha, Borodianka e outras áreas do subúrbio de Kiev durante a ocupação, em março, antes da retirada das forças de Moscou.
Em sua visita a Bucha em 13 de março, o procurador do TPI, o britânico Karim Khan, afirmou que a Ucrânia era uma "cena de crime" e disse que uma equipe forense tinha começado a trabalhar para esclarecer os fatos nessas localidades.
Em sua primeira ida à Ucrânia desde o início da invasão russa, em 24 de fevereiro, Guterres visitou, antes de Bucha, a localidade de Borodianka, onde falou com jornalistas diante de edifícios em ruínas, ao lado de militares ucranianos e funcionários do governo local.
"Imagino minha família em uma destas casas destruídas. Vejo minhas netas fugindo em pânico", afirmou.
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O secretário-geral da ONU continuou sua visita em Irpin, onde os combates entre as forças russas e ucranianas foram particularmente violentos. Durante a tarde, ele se reunirá em Kiev com o presidente do país, Volodmir Zelenski.
Guterres desembarcou na Ucrânia na quarta-feira à noite, depois de visitar Moscou, onde se reuniu com o presidente Vladimir Putin e pediu à Rússia que colaborasse com a ONU e permitisse a retirada de civis das zonas bombardeadas, principalmente no leste e no sul da Ucrânia, onde as tropas russas concentram sua ofensiva.
A Rússia nega a responsabilidade pelas mortes, e o presidente Putin afirma que os relatos sobre soldados russos que atiraram em civis são "falsos".