Empresário próximo de Putin promete arruinar opositor Navalny
'Se Navalny sobreviver, todo o peso da lei deve ser aplicado a ele', disse Yevgeny Prigozhin, após vencer uma batalha judicial contra o opositor
Internacional|Da EFE
O empresário russo Yevgeny Prigozhin, próximo ao presidente Vladimir Putin, afirmou nesta quarta-feira (26) que pretende arruinar o líder da oposição Alexei Navalny, que está em coma há cinco dias em um hospital de Berlim com suspeita de envenenamento.
Yevgeny Prigozhin obteve uma decisão favorável da justiça russa contra o opositor, e agora Navalny deverá pagar cerca de US$ 1,2 milhão (cerca de R$ 6,70 milhões) por calúnia e difamação.
Anteriormente, Navalny e seu Fundo Anti-Corrupção (FBK) haviam publicado um relatório criticando a má qualidade da merenda escolar servida pela empresa de Yevgeny Prigozhin, a Concord. Mas a FKB se declarou insolvente e foi dissolvida em julho.
"É uma quantia enorme e nem faz sentido cobrá-la", explicou Navalny sua decisão de fechar a ONG, conhecida por suas denúncias de corrupção entre as elites russas.
Um tribunal de Moscou considerou as queixas sobre a má qualidade da merenda escolar da empresa ligada a Prigozhin como difamatório e, portanto, determinou o pagamento da grande compensação financeira.
"Pretendo arruinar os membros deste grupo de pessoas sem vergonha. Claro, se o colega Navalny for ao nosso Senhor, eu pessoalmente não pretendo persegui-lo neste mundo", disse Prigozhin, citado pelo comunicado da empresa.
Ele acrescentou: "Se Navalny sobreviver, todo o peso da lei deve ser aplicado a ele".
Mal estar no avião
No último dia 20, o líder da oposição russa, de 44 anos, passou mal durante voo que seguia da Sibéria para Moscou, com o piloto realizando um pouso de emergência na cidade de Omsk, onde foi internado inconsciente em um hospital local.
Os colegas de Navalny relataram que ele havia sido envenenado e exigiram sua transferência para uma clínica no exterior.
Os médicos locais indicaram que não havia vestígios de venenos nos exames de Navalny e apenas após dois dias permitiram que ele fosse transferido para Berlim, um atraso que, segundo a porta-voz do opositor, Kira Yarmysh, tinha como objetivo dificultar a detecção de substâncias tóxicas.