Entenda como o futuro da segurança europeia depende da vitória da Ucrânia na guerra contra Rússia
Encontro entre Zelensky e Trump discutiu meios de chegar ao final da guerra; especialista acredita que ajuda de vizinhos europeus é essencial
Internacional|Do R7
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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, recebeu, nesta sexta-feira (17), o seu par ucraniano, Volodymyr Zelensky, na Casa Branca, em Washington, para discutir a guerra na Ucrânia. Dentre os pedidos do líder europeu, estava o envio de mísseis tomahawk para ataques à longa distância em território russo — uma forma de tentar pressionar o presidente Vladimir Putin.
Apesar de Trump ainda não ter confirmado o envio dos mísseis, o presidente demonstrou interesse em fazer uma troca do equipamento bélico por drones ucranianos. Tais mísseis podem ser essenciais para uma maior destabilização russa, pela capacidade de atingir pontos críticos para a economia do país, é o que pontua Kai Enno Lehmann, professor do instituto de relações internacionais da USP (Universidade de São Paulo).
Em entrevista ao Jornal da Record News desta sexta-feira (19), ele ressalta que tal movimentação com o armamento mais potente pode trazer Putin à mesa de negociação do cessar-fogo. O especialista lembra que há mais de um ano as posições nas linhas de frente permanecem praticamente as mesmas e que, neste momento, os ucranianos brigam para sobreviver, sem pensar em retomar territórios.
“Atacar de fato a fonte de financiamento da guerra, que são as instalações de energia, de gás, petróleo, talvez mudaria a postura do Putin em relação a um cessar-fogo. Por isso esses mísseis seriam tão importantes”, completa.

Mesmo com o trunfo de Trump no cenário mundial, com o acordo entre Israel e o grupo terrorista Hamas, o professor acredita que o capital político acumulado pelo americano na negociação pode não ser significativo para o final do conflito no leste europeu.
Ele lembra que, por se tratar de cenários diferentes, no caso de Rússia e Ucrânia ser um conflito entre países e não entre uma nação e um grupo terrorista, uma mudança só irá acontecer com o comprometimento de Putin e garantias para Zelensky.
Neste ponto em que Lehmann acredita ser fundamental a ajuda da Europa, uma vez que uma perda de Kiev na guerra pode causar efeitos diretos em todo o continente. Para o professor, a Ucrânia luta uma batalha pela Europa, como o próprio Zelensky já afirmou, e a ajuda de tropas e equipamentos dos vizinhos seriam essenciais no território do país, principalmente com a possibilidade de que o governo Trump não ofereça esses recursos.
“Então a Europa teria que assumir, isso incluiria, imagino eu, tropas de manutenção de paz, possivelmente garantias de segurança em termos de proteção aérea, proteção do céu sobre a Ucrânia, e a Ucrânia quer uma garantia que um dia vai entrar no OTAN [Organização do Tratado do Atlântico Norte], eu não sei se é possível politicamente nesse momento, mas eu imagino que as negociações se considerariam nesses pontos”, finaliza.
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