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Entenda o impacto das diferenças raciais nas eleições da África do Sul

Nas eleições que celebram os 25 anos do fim do Apartheid, os dados mostram que 64% da população sul-africana está insatisfeita com a democracia no país

Internacional|Beatriz Sanz, do R7

Atual presidente, Cyril Ramaphosa, deve ser reeleito, mas a disputa é dura
Atual presidente, Cyril Ramaphosa, deve ser reeleito, mas a disputa é dura Atual presidente, Cyril Ramaphosa, deve ser reeleito, mas a disputa é dura

Os habitantes da segunda maior economia do continente africano vão às urnas nesta quarta-feira (8). A disputa e a tensão racial nunca estiveram tão em alta na África do Sul desde o fim do Apartheid, e devem marcar intensamente a disputa eleitoral.

O atual presidente, Cyril Ramaphosa, do partido CNA (Congresso Nacional Africano), é o principal candidato e sua vitória já é dada como certa. Caso vença, governará o país pelos próximos cinco anos.

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Ramaphosa, que prometeu uma luta ostensiva contra a corrupção, precisa vencer com grande expressividade para conseguir governar sem ceder a pressões de grupos políticos mais populistas dentro do próprio CNA.

A trajetória do CNA, o partido fundado por Nelson Mandela, tem se misturado com grandes escândalos de corrupção nos últimos anos, assim perdeu parte do apoio popular, em especial da população branca.

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De acordo com dados analisados pelo instituto norte-americano Pew Research, 73% dos sul-africanos negros têm posições favoráveis ao CNA. A taxa cai vertiginosamente quanto tratamos dos sul-africanos brancos. Apenas 27% desses têm a mesma percepção sobre a sigla.

Por mais curioso que seja, 80% dos entrevistados brancos declararam ter simpatia pelo principal partido de oposição, o AD (Aliança Democrática). Mmusi Maimane, o candidato desse partido, é negro.

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A forma como a população vê o principal partido do país impacta também na percepção sobre o futuro. Em geral, os apoiadores do CNA são mais confiantes de que o partido é próximo das “pessoas comuns” do que o restante da população.

Confiança na democracia

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Na semana passada, foi divulgada uma pesquisa que mostrava a confiança das populações ao redor do mundo na democracia.

Os dados mostram que 64% da população sul-africana está insatisfeita com a democracia. Em 2013, antes de escândalos de corrupção envolvendo o ex-presidente Jacob Zuma virem à tona, a situação era outra: 67% da população se dizia satisfeita com a democracia na África do Sul.

Quando analisamos apenas a parcela da população que discorda das visões do CNA, o número de insatisfeitos pula para 77%. Mais uma vez, a rejeição ao partido é um fator determinante.

No geral, sete em cada dez sul-africanos também acreditam que a maioria dos políticos é corrupto.

Otimismo racial

Em um país tão marcado pela segregação racial, as perspectivas sobre o passado são bastante diferentes.

A pesquisa revela que 43% dos sul-africanos negros consideram que a situação econômica do país melhorou, se comparada há 20 anos.

Contudo, se comparamos ao depoimento de pessoas brancas, apenas 20% afirma que suas vidas financeiras estão melhores do que antes.

Outro debate que influencia diretamente a perspectiva de futuro do sul-africanos é a reforma agrária.

Desde a época de Nelson Mandela, o CNA se comprometeu a retirar terras dos fazendeiros brancos e distribui-las para pessoas negras. No ano passado, esse debate voltou a ganhar força.

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