Entenda por que Zelensky pressiona Trump por um acordo entre China e Estados Unidos

Volodymyr Zelensky afirmou que a Ucrânia precisará de ajuda financeira da Europa por mais dois ou três anos para combater as forças invasoras. Os governantes da União Europeia solicitaram na semana passada que a Comissão Europeia apresente opções para financiar a Ucrânia por mais tempo, deixando em aberto a possibilidade de um empréstimo usando bilhões de euros em ativos russos congelados. Segundo o presidente ucraniano, esses recursos serão usados para o investimento em armamento ou, caso um cessar-fogo aconteça, o dinheiro teria como objetivo a reconstrução do país.

“O que está sendo negociado e sugerido agora é transferir uma grande fatia desses recursos, cerca de 140 bilhões de dólares para a Ucrânia, e como isso será feito? A Ucrânia deve receber títulos desse dinheiro, ou seja, recebe os recursos; mas se a Rússia não indenizar a Ucrânia, o país não tem que pagar por esse ‘emprestamento’, porque ele é garantido pelos recursos congelados russos”, explica o especialista em relações internacionais Vitelio Brustolin, ao programa Conexão Record News.

Apesar da solicitação ucraniana, em uma coletiva nesta terça-feira (28), Zelensky declarou que o país está ansioso pelo encerramento da guerra e que está disposto a negociações, desde que não tenha que ceder territórios e que o encontro diplomático não aconteça na Rússia ou em países aliados.

“Eles falam que estão dispostos a negociar a paz [...] mas Zelensky está dizendo que ele só aceita negociar o cessar-fogo, a paz, sem a cessão de território, e nesse momento, a Rússia está querendo vender parte dos seus ativos energéticos [...]”, enfatiza o especialista.

Vitelio ainda ressalta que, como Vladimir Putin não tende a aceitar as condições de Zelensky, o presidente ucraniano busca outras formas de sufocar Moscou para levar ao fim da guerra. “Inclusive o Zelensky está pressionando o presidente Trump para que chegue também um acordo com a China nessa negociação que vai acontecer na quinta-feira (30) na Coreia do Sul, para que a China pare de comprar petróleo russo. A China, inclusive, reduziu suas compras de contratos de curto prazo de petróleo russo e a Índia também”, afirma.

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