Entenda qual é o papel da rainha Elizabeth 2ª na renúncia de Johnson

Premiê britânico terá uma audiência com a monarca, que, pela primeira vez na história recente, pode não ocorrer em Buckingham

Internacional|Maria Cunha*, do R7

07/07/2022 - 18h59 (Atualizado em 20/04/2024 - 05h34)

O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, renunciou nesta quinta-feira (7) ao cargo de premiê após sofrer intensa pressão política e da opinião pública nos últimos meses.

O nome do sucessor dele ainda será apresentado aos parlamentares e, em uma questão protocolar, à rainha Elizabeth 2ª antes de o novo governo entrar em vigor.

De acordo com informações do jornal britânico Independent, o primeiro-ministro teria telefonado à rainha nesta quinta-feira de manhã como cortesia, enquanto se preparava para dizer à nação que estava deixando o cargo. O Palácio de Buckingham se recusou a comentar.

A dupla ainda teve a reunião semanal por telefone na noite de quarta-feira (6), dia em que Johnson foi confrontado com uma demissão em massa de ministros e assessores.

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Uma audiência de renúncia do primeiro-ministro tradicionalmente ocorre no Palácio de Buckingham, mas a idade da rainha, os contínuos problemas de mobilidade dela e o fato de Johnson permanecer no cargo até o outono podem fazer com que, pela primeira vez na história recente, o encontro ocorra no Castelo de Balmoral.

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Para as férias anuais, a cada verão a monarca britânica viaja para a sua casa particular nas Terras Altas da Escócia, onde geralmente fica até outubro.

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Em razão disso, acredita-se que é provável que Johnson viaje até ela em vez de fazer Elizabeth 2ª, aos 96 anos, retornar a Londres ou Windsor. Isso se o processo de liderança for concluído em setembro, enquanto a monarca ainda estiver na Escócia.

*Estagiária do R7, sob supervisão de Raphael Hakime

O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, renunciou nesta quinta-feira (7) ao cargo de premiê depois de sofrer intensa pressão política e da opinião pública nos últimos meses. Apesar de nunca ter sido unanimidade diante do Parlamento, a imagem do líder britânico foi sendo cada vez mais arranhada com escândalos após escândalos. Entenda em sete pontos o que levou Johnson à renúncia e quando ele deixará efetivamente o cargo

Com uma gestão conservadora e restritiva durante a pandemia de Covid-19, o Reino Unido conseguiu enfrentar a doença com grande esforço da população. Entretanto, os britânicos descobriram meses depois que Johnson participou de encontros festivos dentro da sede do governo, infringindo as próprias regras que o país havia promovido. Em um primeiro momento, o premiê resolveu justificar as festas, mas em seguida pediu desculpas ao povo do país

Os encontros eram o início do fim de um político que nunca foi unanimidade entre o povo do Reino Unido. O cabelo sempre bagunçado do líder conservador contrasta com o jeito britânico, que não tolera grandes gafes, que se tornariam comuns no governo de Johnson

Conhecido por ser falastrão, Johnson fez um comentário sexista nas últimas semanas ao dizer que o presidente da Rússia, Vladimir Putin, não invadiria a Ucrânia se fosse uma mulher. Segundo o premiê britânico, este ato do líder russo é um "traço de masculinidade tóxica"

O aumento do custo de vida no Reino Unido, alvo de protestos contínuos da população, foram um dos motivos que mancharam mais ainda sua imagem com o público. A saída do país da União Europeia — conhecida como Brexit — fez com que a nação perdesse milhares de trabalhadores estrangeiros europeus, causando um caos no abastecimento de mercados e postos de combustíveis por falta de motoristas de caminhão. É válido destacar que o principal objetivo de Johnson no poder era conduzir o próprio Brexit

A gota final para a base aliada do primeiro-ministro no Parlamento foi a renúncia de Chris Pincher, vice-líder do partido Conservador, após um escândalo sexual. Chegou ao conhecimento público que Johnson sabia destes comportamentos de Pincher desde 2019, mas mesmo assim resolveu envolvê-lo no governo

A reputação de Johnson, já extremamente desgastada com o público, terminou de ruir com a renúncia de dezenas de pessoas envolvidas no gabinete do premiê, incluindo ministros de pastas importantes, como Finanças e Saúde

Embora tenha renunciado, Johnson continuará no comando do Reino Unido por alguns meses. O Partido Conservador deve escolher nas próximas semanas um novo nome para substituir Johnson, provavelmente a partir de outubro, como seu líder e, por consequência, como chefe de Governo

O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, renunciou nesta quinta-feira (7) ao cargo de premiê depois de sofrer intensa pressão política e da opinião pública nos últimos meses. Apesar de nunca ter sido unanimidade diante do Parlamento, a imagem do líder britânico foi sendo cada vez mais arranhada com escândalos após escândalos. Entenda em sete pontos o que levou Johnson à renúncia e quando ele deixará efetivamente o cargo