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Enxadrista iraniana compete sem hijab, e Irã não a reconhece como representante do país

Sara Khademalsharieh disputou o Campeonato Mundial de Xadrez Rápido no Cazaquistão sem o apoio da confederação nacional

Internacional|Do R7

Sara Khademalsharieh durante Campeonato Mundial de Xadrez Rápido, no Cazaquistão
Sara Khademalsharieh durante Campeonato Mundial de Xadrez Rápido, no Cazaquistão

A iraniana Sara Khademalsharieh competiu sem o hijab no Campeonato Mundial de Xadrez Rápido, realizado nesta semana no Cazaquistão, e a federação do Irã reagiu nesta quarta-feira (28), dizendo que ela não representava a República Islâmica.

Khademalsharieh, grande mestra de 25 anos, apareceu sem o lenço na cabeça durante a competição, organizada pela Federação Internacional de Xadrez (Fide, na sigla em francês). O gesto foi considerado como uma demonstração de apoio aos protestos que sacodem o Irã há mais de três meses, desde a morte da jovem Mahsa Amini.

Amini, de 22 anos, morreu em 16 de setembro após ter sido detida pela polícia da moral em Teerã, por supostamente não respeitar o estrito código de vestimenta obrigatório para mulheres no país, que inclui o uso do hijab em público.

"Essa jogadora participava por conta própria" do torneio, declarou o chefe da federação iraniana de xadrez, Hassan Tamini, citado pela agência Fars. "Khademalsharieh não participou dessa competição pela federação, mas de forma independente", insistiu o dirigente.


As esportistas femininas iranianas são obrigadas a cumprir o código de vestimenta também no exterior quando representam o país em eventos internacionais, mas algumas apareceram recentemente em competições sem cobrir a cabeça.

Em outubro, a escaladora Elnaz Rekabi usou apenas uma faixa no cabelo em um campeonato em Seul. No retorno para o Irã, foi recebida como heroína por dezenas de pessoas no aeroporto Imam Khomeini de Teerã.


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Posteriormente, Rebaki se desculpou pelo incidente e disse, em comentários à imprensa estatal, que o véu tinha caído acidentalmente.

"Não esperávamos que essa enxadrista fizesse isso, porque tinha participado de campeonatos anteriores conforme as normas", disse Tamini em referência a Khademalsharieh.


O esporte se tornou um terreno delicado durante os protestos, com várias atletas de destaque mostrando seu apoio aos manifestantes — como também fizeram alguns jogadores de futebol.

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