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Irã abole polícia da moral após onda de protestos motivados pela morte de Mahsa Amini

Jovem foi detida por supostamente usar o véu de forma 'inapropriada' e violar o rígido código de vestimenta do país

Internacional|Do R7

Mulher segura foto de Mahsa Amini, jovem morta pela polícia da moral
Mulher segura foto de Mahsa Amini, jovem morta pela polícia da moral OZAN KOSE/AFP

O Irã decidiu abolir a polícia da moral após mais de dois meses de protestos desencadeados pela morte de Mahsa Amini, detida por supostamente usar o véu de forma "inapropriada" e violar o rígido código de vestimenta do país, anunciou a mídia local neste domingo (4).

"A polícia da moral não tem nada a ver com o Judiciário" e foi abolida, disse o procurador-geral do Irã, Mohammad Jafar Montazeri, no sábado, informou a agência de notícias Isna.

O promotor respondeu a uma pessoa que participava de uma cerimônia religiosa na cidade de Qom, a sudoeste de Teerã, que perguntou "por que a polícia da moralidade foi abolida".

A polícia da moralidade, conhecida como Gasht-e Ershad [patrulhas de orientação], foi criada durante o governo do presidente ultraconservador Mahmud Ahmadinejad (de 2005 a 2013) para "espalhar a cultura da decência e do hijab (lenço feminino)".


Suas unidades são formadas por homens de terno verde e mulheres que usam xador preto, vestimenta que cobre todo o corpo, exceto o rosto. As primeiras patrulhas começaram seu trabalho em 2006.

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O anúncio, visto como um gesto para os manifestantes, ocorre um dia depois que as autoridades anunciaram que estavam examinando se a lei de 1983 sobre o véu obrigatório precisava de mudanças.

O presidente iraniano, Ebrahim Raisi, declarou no sábado que as bases republicanas e islâmicas do Irã estão constitucionalmente consolidadas, mas que existem "métodos de aplicação da Constituição" que podem ser "flexíveis".

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