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Equador em estado de exceção por protestos contra pacote econômico

Presidente Lenín Moreno tomou decisão após manifestações caminhoneiros e taxistas pararem a circulação em diversas regiões do país

Internacional|Fábio Fleury, do R7, com EFE

Presidente Lenín Moreno decreta estado de exceção por conta de protestos
Presidente Lenín Moreno decreta estado de exceção por conta de protestos

O presidente do Equador, Lenín Moreno, decretou estado de exceção em todo o país nesta quinta-feira (3), por conta de protestos de operadores de transporte e logística que pararam a circulação em diversas regiões.

O descontentamento do setor acontece por conta de um pacote de medidas econômicas anunciadas na noite de quarta (2), como parte de um acordo do Equador com o FMI.

Corrida aos postos

Entre as propostas está o fim de um subsídio sobre o preço dos combustíveis, como o óleo diesel, que agora seguirá o mercado internacional e terá reajustes mensais.


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A medida provocou uma corrida aos postos de combustíveis na noite de quarta, já que os novos preços, com aumento de até 120% no preço, entraram em vigor à meia-noite.


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"Não existe possibilidade de mudar essas medidas, principalmente as relacionadas a esse subsídio que tantos danos causou ao país. Ele permitia que recursos importantes fossem para as mãos de quem não merecia, poderosos e pessoas que traficavam combustíveis, causando sérios problemas para a economia", disse Moreno em um pronunciamento pela televisão.

Palácio presidencial cercado de policiais


Desde a manhã desta quinta, o presidente e diversos ministros de seu gabinete estão reunidos no palácio presidencial de Carondelet, que foi cercado por homens da polícia e do Exército, para evitar protestos e tentativas de invasão.

Enquanto isso, os protestos de taxistas, caminhoneiros e do transporte público forçaram o governo a suspender as aulas em todo o país. Ruas foram fechadas, especialmente na capital, Quito.

Segundo a ministra de Governo, María Paula Romo, o estado de exceção tem o objetivo de garantir a normalização das atividades no país, que hoje viveu várias manifestações, algumas delas violentas.

Romo afirmou que 11 pessoas foram presas por protagonizarem distúrbios nessas manifestações, que começaram de madrugada, quando entraram em vigor os novos preços do diesel e da gasolina conhecida como "extra", a de maior consumo no país.

Outros pontos polêmicos

Além do reajuste nos combustíveis, o pacote anunciado por Moreno também inclui uma série de mudanças na legislação trabalhista do país, o que contribuiu para os protestos.

Entre as propostas está a redução dos salários de funcionários terceirizados do governo em 20%, redução dos dias de férias dos servidores públicos de 30 para 15 dias e contribuição compulsória de um dia de trabalho para funcionários de empresas públicas.

Esse pacote faz parte da negociação com o FMI, que rendeu uma ajuda de US$ 4 bilhões (cerca de R$ 16,3 bilhões) ao país. Pelo acordo, o governo é obrigado a aumentar a arrecação tributária em 1,5% do PIB.

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