Equador: presidente terá que depor em caso de programador sueco
Ola Bini, amigo de Julian Assange, foi preso por supostamente participar de uma rede de espionagem. Ministra do Interior também dará depoimento
Internacional|Da EFE
A Procuradoria-Geral do Estado convocou o presidente do Equador, Lenín Moreno, para que na próxima quarta-feira (12) preste depoimento no caso do programador de software sueco Ola Bini, amigo de Julian Assange e preso por supostamente participar de uma rede de espionagem, informou nesta sexta-feira (7) o advogado Carlos Soria.
Soria, advogado de Bini, detido em Quito, confirmou à Agência Efe que a ministra do Interior, María Paula Romo, também foi convocada para depor no mesmo dia. Por enquanto, a Procuradoria não confirmou as convocações do presidente e da ministra.
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Serão depoimentos "livres e voluntários", segundo o advogado, afirmando que ainda desconhece as razões pelas quais seu cliente foi detido no último dia 11 de abril quando se preparava para deixar o Equador rumo ao Japão.
Nesse mesmo dia, o governo equatoriano retirou o asilo do qual gozava desde 2012 o fundador do WikiLeaks, que agora se encontra detido no Reino Unido à espera de uma possível extradição à Suécia aos Estados Unidos.
Soria alega que a detenção de Bini aconteceu "sem que fosse emitida uma acusação formal" e explicou que seu cliente pediu para dar sua versão antes de saber ds supostas provas que o incriminam como "hacker".
Na semana passada foi realizada a audiência solicitada pela defesa de Bini para que ele pudesse ser libertado sob fiança.
Na ocasião, a juíza Marisol Proaño negou a solicitação de fiança, alegando que a Procuradoria no momento "não tinha conseguido determinar o prejuízo causado por Bini contra o Estado" e que, portanto, não poderia determinar uma quantia.
No dia 7 de maio, um Grupo de Trabalho da ONU sobre Detenção Arbitrária solicitou ao Estado equatoriano informações sobre a prisão e advertiu que expressará publicamente suas "preocupações" sobre o caso.
O documento, enviado ao representante equatoriano no Escritório da ONU e outras organizações internacionais em Genebra, pede ao Equador que esclareça as causas que levaram à detenção do sueco, assim como as medidas adotadas para "identificar e remediar qualquer violação" dos seus direitos humanos.
Sobre isso, o governo equatoriano afirmou que responderá ao requerimento porque diz não ter nada a esconder.