O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, anunciou nesta quinta-feira (26) que responderá favoravelmente a um pedido de assistência militar do governo da Líbia, e que em janeiro submeterá ao Parlamento turco uma moção para enviar tropas ao país africano.
"Vou enviar tropas? Vamos aonde somos chamados, não iremos sem convite. Mas, agora, com o convite, o aceitaremos", disse o governante durante uma reunião com o partido, o islâmico Justiça e Desenvolvimento (AKP), exibida ao vivo pela emissora turca "NTV".
"Assim que o Parlamento for aberto, a primeira coisa que faremos será apresentar uma moção para enviar militares", acrescentou o presidente, em referência ao reinício das sessões da Assembleia Nacional no dia 7 de janeiro, após o recesso de inverno que começou no sábado passado.
Assim como o Catar, a Turquia é um dos poucos países que apoia ativamente o Governo do Acordo Nacional de Trípoli (NAG), liderado por Fayez al-Sarraj, reconhecido pelas Nações Unidas e enfrentado pelo general rebelde Khalifa Hafter, que controla grandes partes da Líbia.
Hafter recebe apoio de Egito, Emirados Árabes e Rússia, e a ONU considera que tanto o general como o governo de Trípoli estão recebendo carregamentos de armas que violam o embargo existente.
No sábado passado, o Parlamento turco ratificou um acordo de cooperação militar, assinado uma semana antes durante uma visita oficial de Sarraj à Turquia.
O AKP e seu aliado, o ultranacionalista MHP, têm maioria no Parlamento, portanto a aprovação de um carregamento militar seria uma formalidade, embora a oposição tenha criticado a política externa do presidente.
Erdogan abordará a situação da Líbia com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, em uma reunião em Ancara marcada para o dia 8 de janeiro.