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'Escapei da injustiça', diz Carlos Ghosn após fugir para o Líbano

Proibido de deixar o Japão, onde responde a processos criminais, ex-presidente da Nissan chegou ao país do Oriente Médio em jato particular

Internacional|Do R7

Ghosn foi preso no Japão em novembro de 2018
Ghosn foi preso no Japão em novembro de 2018

O ex-presidente das montadoras Renault e Nissan Carlos Ghosn admitiu ter deixado o Japão e se refugiado no Líbano — onde tem cidadania. Ele não estava autorizado sair do território japonês porque responde a processos criminais.

A viagem ao Líbano ainda é cercada de mistério, já que os passaportes de Ghosn não estavam em poder dele.

Segundo a emissora de TV japonesa NHK, o ex-titã da indústria automotiva viajou ao Líbano em um jato particular procedente da Turquia e entrou no país com outro nome.

Casa de Ghosn em Beirute, no Líbano
Casa de Ghosn em Beirute, no Líbano

Ghosn é nascido no Brasil, mas também tem cidadania libanesa e francesa.


No Japão, ele é acusado de ocultar rendimentos e de usar recursos da empresa para pagar despesas pessoais, acusações que nega.

"Agora estou no Líbano e não vou mais ser refém de um sistema judicial japonês fraudulento, onde se presume culpa, a discriminação é galopante e direitos humanos básicos são negados", disse Ghosn, de 65 anos, em um breve comunicado nesta terça-feira (31), segundo a emissora de TV Al Jazeera.


"Não fugi da justiça, escapei da injustiça e da perseguição política. Agora posso finalmente me comunicar livremente com a mídia e estou ansioso para começar na próxima semana", acrescentou Ghosn. O Líbano não tem tratado de extradição com o Japão. 

O advogado Junichiro Hironaka, que coordena a defesa de Ghosn no Japão, afirmou nesta terça-feira (31) estar surpreso com a notícia de que o cliente tenha saído do país. Segundo o defensor, os dois haviam se encontrado pela última vez na quarta-feira (25), em uma audiência de pré-julgamento.


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Carlos Ghosn foi durante décadas referência na indústria de automóveis. Mas em novembro de 2018, foi preso ao desembarcar no Japão e acusado de diversos crimes, entre eles, ocultar rendimentos das autoridades e usar recursos da empresa para custear despesas pessoais. Ele nega todas as acusações.

Em abril deste ano, ele foi libertado após depositar uma fiança de US$ 9 milhões (cerca de R$ 36 milhões), mas sob a condição de que teria que entregar os passaportes. O valor deve ser confiscado pelas autoridades japonesas agora que Ghosn fugiu. 

A família de Ghosn criticava o tratamento dado a ele pela justiça japonesa, que o proibiu de ver a mulher, a norte-americana e libanesa Carole Ghosn. Em uma ocasião, o tribunal apenas permitiu que os dois se falassem por videoconferência.

O ex-executivo acusa integrantes do alto escalão da Nissan de terem tramado contra ele por serem contra a uma proximidade maior entre as duas empresas que comandava, a Nissan e a francesa Renault, sua principal acionista.

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